O que que eu fiz hoje?Bom, vamos ver.Acordei cedo, fui garantir meu futuro, (tô estudando porque casar tá difícil) participei de uma dessas festinhas funebras do mês de junho, que sempre acontecem em maio, almocei, deitei, dormi e só acordei as 5 para ir no cabeleleiro (fui semana passada também, mas o corte ficou muito ruim, TIVE que fazer outro).A noite, depois de ter estudado sociologia e estar comendo bolo com Veneno-Cola, fiquei sabendo que a minha empregada, uma Marinete qualquer, que falta sem avisar, quer sair mais cedo, joga a poeira em baixo do tapete, mexe nas minhas coisas, fingi que esqueceu de lavar a roupa, falsifica o atestado medico.... teve sua casa queimada.
O maldito do ex-marido colocou fogo no quarto dela e da filha .Não possui mais colchão, nem edredon nesse frio. E o espelho da penteadeira, seu predileto, estourou com o calor das chamas.
Uma dor vinda de dentro subiu em mim.Queria fazer algo, ajudar, ser solidaria.
Desmoronei.Mergulhei no balde gelado da realidade.Peguei-me pensando: "Se eu fizer ajudar nisso, depois fica difícil no fim do mês" .Difícil? Difícil ficar sem tevê a cabo? Sem comprar aquele par de sapatos?
Então um remorso subiu em mim. Julguei a todos como escoria da sociedade.Isolei-me em um mundo alternativo, sem pretensão de voltar a realidade. Sempre quis mudar o mundo.O meu mundo, não o que realmente deveria ser mudado. Senti um egoísmo de minha parte. Mãos atatas e pés em salto alto.
Um filme passou pela minha mente: tudo que eu fui, pretendo ser, tenho, faço, penso. Inutilidades. Futilidades. Eu não dou valor e não consigo fazer com que ajudem alguém. Nem esse blogsinho merreca serve para alguma coisa. É só um objeto para a minha alienação. Reflexo dela.Não presta apra nada! Nem ele e nem nada vindo de mim.
Basta ver que estou aqui sentada, desabafando, em vez de ouvir o desabafo de alguém.
Solidariedade, cadê você?Consciência humana, aonde está?
Para que servimos se não podermos fazer algo de bom para alguém?
É a mecanização do ser humano?
O marketing das necessidades inúteis?
A cegueira da vida?

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