sexta-feira, 18 de junho de 2010

Burguesinha, burguesinha, burguesinháaa, só no filé.

O que que eu fiz hoje?Bom, vamos ver.Acordei cedo, fui garantir meu futuro, ( estudando porque casar tá difícil) participei de uma dessas festinhas funebras do mês de junho, que sempre acontecem em maio, almocei, deitei, dormi e só acordei as 5 para ir no cabeleleiro (fui semana passada também, mas o corte ficou muito ruim, TIVE que fazer outro).A noite, depois de ter estudado sociologia e estar comendo bolo com Veneno-Cola, fiquei sabendo que a minha empregada, uma Marinete qualquer, que falta sem avisar, quer sair mais cedo, joga a poeira em baixo do tapete, mexe nas minhas coisas, fingi que esqueceu de lavar a roupa, falsifica o atestado medico.... teve sua casa queimada.
O maldito do ex-marido colocou fogo no quarto dela e da filha .Não possui mais colchão, nem edredon nesse frio. E o espelho da penteadeira, seu predileto, estourou com o calor das chamas.
Uma dor vinda de dentro subiu em mim.Queria fazer algo, ajudar, ser solidaria.
Desmoronei.Mergulhei no balde gelado da realidade.Peguei-me pensando: "Se eu fizer ajudar nisso, depois fica difícil no fim do mês" .Difícil? Difícil ficar sem tevê a cabo? Sem comprar aquele par de sapatos?
Então um remorso subiu em mim. Julguei a todos como escoria da sociedade.Isolei-me em um mundo alternativo, sem pretensão de voltar a realidade. Sempre quis mudar o mundo.O meu mundo, não o que realmente deveria ser mudado. Senti um egoísmo de minha parte. Mãos atatas e pés em salto alto.
Um filme passou pela minha mente: tudo que eu fui, pretendo ser, tenho, faço, penso. Inutilidades. Futilidades. Eu não dou valor e não consigo fazer com que ajudem alguém. Nem esse blogsinho merreca serve para alguma coisa. É só um objeto para a minha alienação. Reflexo dela.Não presta apra nada! Nem ele e nem nada vindo de mim.
Basta ver que estou aqui sentada, desabafando, em vez de ouvir o desabafo de alguém.
Solidariedade, cadê você?Consciência humana, aonde está?
Para que servimos se não podermos fazer algo de bom para alguém?
É a mecanização do ser humano?
O marketing das necessidades inúteis?
A cegueira da vida?

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