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domingo, 5 de março de 2017

Como mostrar o amor a alguém que só te trata mal

Duas frases rodearam a minha cabeça nessas últimas semanas. A primeira é de Gandhi e diz algo parecido com "Não se combate violência com violência, assim como não se combate fogo com fogo." E a segunda eu vi em um status de Facebook, bem em clima de autoajuda, dizendo: "Você pode se afastar das pessoas que te fazem mal, mesmo que elas forem da sua família". Essas citações culminaram-me, afinal, elas dizem que você pode desistir, se quiser, mas se não quiser, terá que mudar o jeito como está tratando as coisas.

Eu pensei muito no caso e cheguei a conclusão de que não concorda com a oração nº 2. Não se abandona, não se vira as costas quando te pedem ajuda, não finge que não viu quando gritam por socorro na areia movediça, especialmente as pessoas que você se importa.

Para as pessoas que você se importa, você se agarra ao galho mais forte e firme que encontrar, mesmo que for só um graveto e tiver mal grudado na árvore. Você agarra no graveto com uma mão e estende a outra, alongando o máximo que você puder. Pois é isso que você tem: um graveto e braços curtos.

Você também não está bem preso, sente o balancear da árvore. O graveto está quase quebrando. Sabe que ambos podem cair e serem engolidos pela areia faminta. Porém você não tem escolha. Não quer ter escolha.

E se o graveto não aguentar? Então pegamos uma semente e a plantamos, cultivando-a pacientemente até que ela seja capaz de salvar quem deve ser salvo, ou mesmo que ela te dê alimento para o resgate.

E isso é amor.

Amor puro e incondicional.

Você também não está bem. Você tem medo. Medo da areia e medo da pessoa que está para ser resgatada.

Não importa. Pois mesmo aquela pessoa tem xingando de "Puta. Vadia. Vagabunda." você quer olhar no fundo dos olhos dela e falar que a ama. Quer segurá-la em seus braços e dizer: "Pronto. Acabou. Estou aqui."

Mas e se essa pessoa não corresponder? E se ela fugir?

Então prepare seu tênis de corrida. Você vai ter que resgatá-la.

Qualquer coisa menos, não é amor. É outro fato, muito menos poderoso.



quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Piscianos


Para um pisciano, a pior coisa do mundo é não poder sair da realidade, não ter um mundo só seu onde as cores são mais vivas e todos os dias se dorme com o barulho da chuva. Não é apenas o desejo de querer fugir de tudo, é o desejo de ter um lugar para recarregar.
Lugar este no fundo de um livro, numa sensação, numa música relaxante. E quando o pisciano se vê frente a frente com a realidade, ele simplesmente não consegue encará-la, não sem antes passear junto às fadas para que elas lhe deem conselhos mágicos.
É interessante essa relação que os nascidos em peixes tem o universo. Eles são transcendentais, e sua estada na Terra já os cansa, de tal modo a precisarem dar uma volta rápida para uma atmosfera mais etérea.
Um ser sensível como ele, deve sempre estar em contato com energias boas, envolta a coisas místicas. É assim que se sente bem. Não a toa é sonhador, o faz por necessidade.
Quando falavam essas coisas do meu signo, eu nunca acreditei. Porém, mesmo quando criança, criava uma sociedade inteira dentro de mim, com amigos imaginários e personagens que cresciam e amadureciam.
Acreditava piamente ter poderes mágicos, ser uma bruxa escondida no meio de gerações de humanos. Até hoje acho que sou. Mesmo que essa magia tenha se esvairado com as durezas da vida, sinto que só preciso de uma varinha de condão, ou mesmo um pedaço de galho velho, para a vida voltar aos eixos.
É estranho, de uma hora pra outra, se deparar com uma veracidade tão dificultosa. Livros não me fazem mergulhar mais em suas páginas. Filmes e séries arrecadam um sentimento de inutilidade. Não quero mais receber as imaginações dos outros, quero criar as minhas. Mas com que inspirações?
Quando uma onde de depressão atinge você, como tantas outras vezes aconteceram, precisa se armar, de maneira eficiente, que não se canse de carregá-las.
Hoje, na minha vida, sinto um quê de tristeza muito grande. E as vezes nem tem um motivo concreto. O simples fato do meu mundo mágico estar interditado para obras me incomoda.
Se você tem um amigo de peixes, vai perceber que eles gostam de reclamar muito, contudo, ele só reclamará com você se forem muito íntimos. Peixes não confia em qualquer um, e antes de fazê-lo, se for fazê-lo, passa uma imagem completamente oposta, com um envoltório muito mais bonito e belo.
Na cabeça dele, o mundo quer vê-lo assim, e não são todos que tem tempo para suas angústia.
Mas o pisciano se arrepende também em confiar demais em alguém, afinal, esse pessoa não mais o admira tanto.
No fundo, ele espera algo sem julgamento. Alguém que absorva os seus murmúrios, sem diminuí-lo ou usar contra.
E se você realmente quiser ajudar um pisciano, faça uma toca de coelho e diga a ele que ali morou uma comunidade inteira de gnomos encantados e deixe-o lá por algumas horas. Pronto. Ele está curado.


domingo, 5 de janeiro de 2014

Marcos de passagem - Amor

Nos romances em filmes, o mocinho, geralmente, descobre que ama a mocinha logo nas primeiras cenas. A partir daí, os telespectadores só ficam esperando pra ver mesmo se vai dar certo.

Na vida, pra mim, não é assim. Existem certas etapas que passamos para encontrar a nossa atual alma gêmea. Não sei se é para todo mundo. E nem sei se vai continuar sendo pra mim.

Porém, dentre esse desenrolar da história, os marcos de passagens levam, naturalmente, o relacionamento para um nível superior.

Como aquelas frutinhas do Mário que a gente tem que pegar para manter o jogo salvo e continuar a jornada.

Essas frutinhas, pra mim, não é o pedido, ou aliança, ou primeiro beijo. Isso foram clichês adotados pelos cineastas e escritores para simbolizar essa percepção. Não acontece sempre igual. O momento em que os personagens dizem "eu te amo" é glorificado no filme, entretanto, no enredo sem roteiro, pode passar despercebido.

Ou ainda melhor. Pode ser dito sem palavras. Sem jantar a luz de velas. Sem dias comemorativos. É no meio de uma festa black-tie ou com aquele pijama velho.

Um dos meus marcos de passagens prediletos e mais conclusivos, é o olhar apaixonado. Mas eu não estou falando daquela coisa ridicularizada que a gente vê por ai, com direito e baba e tropeções. Falo de quando vocês estão juntos, conversando, e os olhos dele mostram o quanto ele gosta de ficar com você. O quanto ele quer cuidar de você.

Então uma vozinha, no fundo da sua mente, confirma o "eu te amo" e o seu coração sorri enquanto tranca, a sete chaves, pra nunca mais escapar, o sentimento certo.

O outro, é seguido pela pergunta "Como você está?". Pode vir de um estranho ou ser meramente formalidades brasileiras, contudo, a ficha cai. E no seu balanço vitalício, o saldo é positivo. E ele fica assim, porque está completa com seu parceiro. É um respiro e você percebe o quão privilegiada é, o quão saudável.

As frutinhas do Mário aparecem de vez em quando no caminho, mas o importante não é só pegar. É formar palavras. E solte-as onde quiser. Mostre ao mundo.

Agora, dica de amiga: guarde-as. Apenas diga pra uma pessoa. Aquela. Afinal, essas palavras são só dela mesmo. Ela é a única que as cuidará com carinho.






sábado, 24 de agosto de 2013

Filha da putagem




Sempre quando eu conheço um cara, e me apego a ele, eu tenho a tendência a mover rios e montanhas para nos vermos de novo e finalmente ter o meu feliz para sempre, até que o eterno se acabe e eu inicie a minha jornada de novo.

Nessas odisséias, certas filhas da putagem acontecem. Seja por desencontros de informações, falta de interesse, forças sobrenaturais.

Geralmente, eu não sou muito iluminada quanto a isso, e reajo como uma máquina mortífera vingativa do mal, vinda das profundezas do inferno para acabar com toda luz e felicidade da criatura que fez a sacanagem. Tais ações são seguidas por comentários maldosos para os meus amigas da pessoa em questão, bloqueio no bate-papo do face e uma vontade absurda de ignorar.

E eu sempre achei isso a coisa mais normal do mundo.

Não faço filha da putagem a ninguém, então, nada mais natural, que eu ignorar, xingar e amaldiçoar quem faz isso comigo.

Agora, e se desta fez, quem fez a cagada fui eu?

Eu que não avisei que não ia. Eu que esqueci de ligar. Eu que marquei para o dia seguinte.

E a pessoa, como eu sempre quis, foi quem atravessou o mar vermelho? E por fim, morreu na praia?

Nunca estamos livres dos nossos próprios julgamentos.

Sei que não fiz por mal, mas custa uma pouquinho mais de consideração?

Ainda em uma situação incapaz de ser concertada?

Agora eu fico imaginando aquele grupo de amigos, todos dando apoio total, indo só porque eles deveriam ir, comentando o quanto sacana eu fui, o quanto mancada eu fui e o quanto eu não mereço o respeito e bondade de ninguém nesta vida.

E quem será bloquiada sou eu. Quem terá a maldição na veia. Quem será o alvo de "ela é uma vagabunda. Não devia ter feito isso com você"

O pior de tudo isso? Eu sei exatamente como eles se sentem, como ele se sente. Porque já me deixaram para trás, já esqueceram de me avisar.

É bem provável que eu nunca mais fale com essa galera. Se eles me verem na rua, vão desviar.

Eles estão certos.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

A verdade nua e crua


Quando criança, minha maior preocupação era as pessoas descobrirem minhas falhas. Seja pela meia que estava rasgada no dedão, ou o cabelo mal arrumado ou ir de short em dia de frio. Se alguém comentava que eu estava diferente ou esquisita, entrava em pânico. Me escondia no interior do parquinho, o coração batia rápido, suava frio e rezava baixinho para ninguém perceber o defeito.

Meu medo resultava em parte da insegurança de criança e e outra, de um pequeno bulling sofrido na primeira infância. Naquela época, ninguém sabia o que era isso. Era tudo brincadeira de criança. Estudava em uma das escolas mais elitistas da minha cidade. Escola onde as mães e filhas andavam de Chanel e viajam para os exterior nas férias. Enquanto eu ia para a cada da minha avó e tentava não me incomodar com os meus quilos a mais. Alias, esse era o motivo central da implicação.

Minha sorte é que eu era inteligente. Inteligente e quieta. Aquela escola me fez a aprender a conviver com gente que não gostava de mim e o  meu jeito doce e silencioso foi desabrochando aos poucos.

Hoje, voltando no tempo, dou risada da minha preocupação boba de criança. Magina que alguém ia reparar em um mim. Um ser completamente invisível, incapaz de chamar atenção para si.

Aos 20, tenho plena consciência do meu poder mágico. Aquele de sumir em meio a multidão, passar despercebida. Eu não sou e nunca serei aquela pessoa que chama a atenção de um músico no palco. Nem se eu subir no palco, na verdade. Nunca virão falar de mim para alguém, ou comentar do meu vestido.

Mas essa característica me rendeu uma das melhores coisas da minha vida: meu emprego. Sei que a anos escrevo aqui e poucos sabem realmente quem sou. Apesar da minha revelação bombástica, nada acontecerá comigo, pois meu IP está codificado para mudar a cada segundo, impossibilitando a minha localização. Você pode até tentar me conhecer, mas não vai.  São circunstâncias que meu estilo de vida prevê.


Sou uma Agente Secreta. A anos não digo isso a ninguém. Desabafar é como tirar um trator das costas. Porém, não sou uma Agente Secreta qualquer. Sou uma Agente Secreta de Narnia.

OK. Pode parar de rir agora. Nárnia existe sim. Não do jeito que foi retrata em livros/filmes, tem muito mais coisa bizarra lá. Aliás, a história do Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa foi encomenda pelo meu chefe. Eles queriam esconder, mostrando. O resto das crônicas também.

Mostramos uma parte do Mundo de Nárnia para o autor. Ele se encarregou de inventar o resto. Lewis sempre foi muito prestativo. Eu nunca soube o porque. Alguns diziam que ele tinha um parente que amava muito trabalhando na agencia, por isso queria protege-lo a todo custo. Outros falavam que ele era membro dos mais antigos, e aposentado, resolveu ganhar um dinheiro.

O fato é que a missão foi bem concluída. Nárnia está mais do que protegida. Protegida desta dimensão em que você, meu caro leitor, vive. Mas existem mais de 50.000 dimensões. Lembro-me de ter decorado o nome de todas elas para me classificar para ser espiã. Bons tempos.

Cada dimensão tem sua características e rixas internas. Existem vários tipos de conflitos e lideranças. Apenas umas 50 mantém contato direto com Nárnia. Conhecemos suas línguas, costumes, tradições, estilo de vida. Algumas outras são hostil as nossas tentativas de alianças. Não a culpamos. Cada uma possui um tipo de preocupação a respeito da sua própria existência.

Mas você deve estar se perguntando: Nánia? Espiões? O que eu ou você temos a ver com isso?
Bem, você eu não sei. Mas eu sou Narniana de nascença.
Pausa.
RSRS. Brincadeirinha, ok? Sou daqui mesmo.
A ligação que temos com Narnia é que ela é uma dimensão mais completa e desenvolvida que a nossa. Por isso, nossos chefes de estados optaram por mesclar, com uma política externa de dimensões única. Narnia e a nossa dimensão possuem características de convivência iguais. Então acordos foram feitos e hoje eles nos representam.

Pessoas como eu, e bem melhores do que eu, fomos convidadas para trabalhar nesse tipo de instituição. Zelando pelo bem estar das dimensões envolvidas no Acordo de Azara. Esse acordo prevê a junção citada acima. Existem mais umas 3 ou 4 dimensões nele. Tudo para melhorar a nossa segurança e o bem estar entre os povos.

Ok. Não é tão lindo e eloquente como o discurso, mas funciona mais ou menos daquele jeito.

Você deve achar estranho eu está dizendo tudo isso em um domínio público. Bom, como eu disse em outras ocasiões: "Escrever faz mais bem ao escritor do que ao leitor".

terça-feira, 9 de julho de 2013

A vida como ela é

Na minha vida, as coisas só aconteceram quando eu estava preparada para elas. Claro que teve momentos de surpresa, mas todos regados a uma vozinha que dizia: "Logo tal coisa acontece".
No meu primeiro beijo, eu estava pronta para isso, tanto é que não fiquei cheia de dúvidas ou angústias. Tive oportunidades anteriores, mas não rolou. E sabe por que? Por que eu não estava pronta.

A hora certa é feita por nós.

Hoje eu sinto que algo grande vai acontecer na minha vida amorosa. Não, não vou encontrar o meu príncipe ou coisa do tipo. Mas será como um rito de passagem. E para isso, sinto que devo me preparar.

Olhei uma reportagem da superinteressante. Ela quebrou umas das poucas esperanças que eu tive na vida. Não é o amor que faz a beleza, é a beleza que faz o amor.

E me olhando para o espelho, tudo ficou mais claro.

ÉH.... Lá vamos nós de novo com a Teoria Gostosa!


domingo, 7 de julho de 2013

Traição é Traição

Confiar na pessoas, para mim, é difícil. Não que eu ou elas sejamos falsas uma com as outras, apenas tenho dificuldade no encaixe de ideias. Sou sensível a respeito disso. Quando realmente considerar alguém um BFF, acredite, será. 
E para ser melhores amigos eu não exijo muito. O básico, entende? Compartilhar segredos, guardar segredos, dar opiniões sinceras. 
Ontem, em meio a uma reunião íntima com dois amigos, me perguntaram se eu já havia amado de verdade. Parei. 
"Só platonicamente. O Zé." -e troquei um olhar de lembrança para a minha amiga. Amiga na qual participou fielmente dos acontecimentos e desastres a respeito deste Zé. Amiga que me aconselhou e que nos apresentou. Amiga presente nas dores e conquistas. 
Então essa amiga, lembrando do passado de menina, disse:
"Eu tive dois... 
"O Danilo" -acrescentei triunfante da nossa intimidade.
"Sim, e o Zé." -arregalei os olhos. O meu Zé? Sim, o meu Zé. "Mas não foi bem assim, ele gostava de mim e talz. Isso foi na quarta série." 
O Zé, comigo, foi na oitava. Nessa época eu e ela já éramos amigas a dois anos. E só descubro agora, depois de 10 anos, quando ela deixa escapar em uma conversa despretensiosa. 
Traição é traição. 
Não traição do tipo deles terem algo, mas traição do tipo dela não me contar. Dela ficar ouvindo as minhas lamúrias e ficar pensando "Na minha época...". Traição de esconder algo tão importante na minha vida. Não confiar em mim. Traição do universo também, por não deixar que a minha primeira paixão de verdade seja algo só meu. Preciso dividir até isso? 
A vida é uma caixinha de surpresas. Uma pandora safada. 
Fiquei totalmente sem chão com isso. Pode parecer pouco, mas para mim, não é. Isso e mais um monte de outras coisas. Amizade é você querer compartilhar a sua vida com alguém, é ter um base sincera te esperando. Agora se for cheia de receios... 
Fiquei magoada, sim. Senti que fui feita de boba. Que, como sempre, fui a garotinha ingênua e manipulável. Como se ela fosse a mãe das minhas ações, fosse a víbora que sabe a verdade mas não quer falar. 
E não falar para uma estranha, mas para alguém próximo de você. A família que você escolheu. 
O universo mais uma vez nos ensina lições. Mas ele é um professor cruel. 

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Tenha dó

Poucas pessoas no mundo podem se dar ao luxo de serem convidadas para uma parceria em um blog. O meu mais novo grupo de amigas resolveu que para melhorar suas vidas precisam blogar. Até ai, eu achei muito bom o convite. Faz tempo que eu estou querendo me reunir com outros tipos de virgulístas, para aprimorar minhas técnicas e visões. E essas meninas são mais velhas, estão formando... com certeza devem ter mais experiência de vida.

Será?

Ficamos de decidir o nome do blog. É difícil, não temos um tema. Pretendemos falar de tudo e de todos. Até ai, normal. Tirando uma coisa: elas querem nomes muito dramáticos. Muito auto ajuda sabe?

Não me leve a mal, mas eu não consigo entender o tesão que as pessoas tem ultimamente pela depressão e tristeza. Ser feliz parece muito fácil e clichê, a moda é tentar contar os pulsos.

Outro dia eu conheci uma cara na Manifestação. Ambos éramos da organização. Em 3 minutos de conversa ele me contou a vida, e vendo que eu não me impressionava (desculpe, mas vida de merda eu ja tenho a minha, quer me marcar? Conta da sua infância na Europa) decidiu compartilhar o quão duro foi o momento em que largou da noiva e mergulhou em profunda depressão.

Olhei para ele. Ele queria lágrimas de tristeza? Jura? Tudo isso para se auto-aprovar? Ele tem orgulho do sofrimento? Eu entendi direito?

Se ele REALMENTE tivesse depressão, que é uma doença séria e não apenas adorno para personagens fracos, ele não falaria sobre isso com uma estranha. Ele se abriria com um amigo, um médico.

É muito drama, sente? Drama desnecessário. Pessoas que usam do drama para se satisfazerem me enojam. Agora a moda é se fazer de vítima? Ter dó é bunitim?


terça-feira, 2 de julho de 2013

Amigas Amigas

Sempre me orgulhei da minha capacidade de fazer amizades. Nunca chamei atenção, mas possuía vários tipos de amigos. Com o passar dos anos fui descobrindo uma coisa: eu me canso das pessoas. Não sei se eu começo a conhecer e me desencanto ou se eles é que são insuportáveis mesmo.

Estava amicíssima de uma menina no meu prédio. Engraçada, gente boa, não mais bonita do que eu. Perfeito. Tem tantos dramas existenciais quando essa alma que voz escreve, mas ultimamente...

A garota está apaixonada. E como toda apaixonada, pisa na merda e abre os dedos. Neste caso, porém, a história terá um começo, eles só precisam largar as inseguranças. Olha, eu sempre gostei de histórias e sempre fui boa ouvinte, mas depois de 125ª vez ouvindo a mesma coisa, haja paciência!

E outra coisa, detesto suspense desnecessário. Fala que tem uma novidade, mas vai me contar só quando o Acre existir. Poupe-me. Isso é coisa de criança!

E para completar (e pode dizer que eu estou com ciumes mesmo) ela resolveu dar uma de virgulista. Ok. Todo mundo tem o direito de escrever e se expressar como quiser, mas não me venha com o peito cheio de orgulho falando que é uma expert. Você escreveu uma centena de textos porque esta inspirada, apaixonadamente inspirada. Esse é o primeiro caminho para as vírgulas, mas por favor, não me mostre apenas esse caminho.

Escrever não é só falar no diário. Temos as partes dos romances e talz, mas quando o 5º texto que ela me manda se parece com os outros 4, está apenas andando em círculos.

Eu sei que acredito veemente no poder da escrita, na maneira de como ela muda as pessoas. Porém, virgulistas novos ou velhos, temos que saber nos classificar e colocar no nosso lugar. Você tem que escolher que tipo de escritor será. Aquele de diário ou de livro? O estático ou dinâmico? O preguiçoso ou o estudioso?
Entende?

Todo mundo pode escrever. Todo mundo pode escrever bem. Mas nem todo mundo é capaz de se entregar a escrita, ter aquela coisa especial que só escritores tem. Não questão de talento ou treino, é questão de espírito.


domingo, 23 de junho de 2013

O outro gigante acordou xxx

Teve manifestação na minha cidade universitária e eu fiz parte da organização e participei um pouco mais do que o normal. Enfim, surgiu vários amigos dessa situação, gente feia, bonita, de todos os jeitos e cores. Ok. No final, teve um sarau, Eu fui, sozinha porque ninguem queria ir comigo, mas tranquila. Aprendi a ser uma mulher independente nesse ponto. Curtir a mim mesmo.
No final da noite, acabei em um bar bebendo com o pessoal da organização que tinha sobrado.
Ai você pensa, como homem é um ser previsível. Eu era nova no pedaço, e claro fui paquerada. Por dois, na verdade. Amigos, na verdade. Homem sabe muito bem lidar com mulheres, amizade e competição.
Mas enfim, fui levada para casa por um dos paqueradores, nada. Claro, eles eram horríveis.
Mal cheguei em casa e recebi uma mensagem do outro.
"Essa insônia está forte"
Uau, pensei, vamos conversar então né? Mandei algo puxando assunto, então ele me solta a pérola
"Posso ir ai?"
A claro, eu super costumo deixar caras que eu conversei duas horas em toda a minha vida virem na minha casa de madrugada.
"Não"
"Mas vai ser tão bom"
"Não"
"Mas a gente vai se divertir"
"Não, vou dormir, beijos."
E depois dessa meu celular ainda tocou duas vezes.
O quão desesperado estava esta criatura. Fala sério. Eu o pude imaginar com a mão pronta para bater uma punheta, apenas esperando o parecer da minha resposta.
Pelo menos ele teve coragem. Mas ele achou MESMO que ia dar certo? Será mesmo que ele acho que todo o seu limitado poder de sedução ia dar um jeito na minha dignidade?
Justo eu?
Falar sério. Que desespero.
Controle-se rapaz!


PA

Progressão Aritmética? É um pouco mais fácil do que isso. E, francamente, era o que eu estava precisando. Andei conversando com algumas amigas e elas tem sim, um pau amigo. Por que não eu? Só por que sou virgem? Puro detalhe.

Ontem, na noite de sábado, depois de sair com um casal amigo meu, voltei para casa na maior solidão. Um cara x veio me mandar mensagem, pra gente sair... mas Senhor, ele é muito feio, e desesperado também. E além do mais, faz um tempão que eu estava afim de ter um remember com o Leãozinho. Sabe, dei um fora homérico nele.

"Ele: Pôw, precisa ser tão estranha comigo?
Eu: Estranha? Como assim?!
Ele: A gente nem está conversando.
Eu: Ah... mas a gente nem conversava muito antes. "

Ele saiu do face e nunca mais veio falar comigo. Mas sabe como é, fazemos um milhão de aulas juntos, e bem... ele ficava com aqueles olhinhos esbugalhados.

Então, no silêncio da noite e depois de pedir opiniões das mais variadas para os meus amigos, decidi mandar in box. Como de praxe, ele demorou um pouco para responder, mas depois...

Ele apareceu em casa dez minutos antes do previsto. Nada precisou ser dito. Aliás, nada foi dito mesmo. Das outras vezes quando a gente se encontrava, eu tentava falar, mas ele não dava bola, então decidi que o silêncio reinaria. E reinou. O que foi ótimo!

Quando eu falo que sou virgem para os caras, sempre me sinto na obrigação de desempenhar aquele papel de "eu nunca fiz isso, não sei daquilo". Pura mentira! Faço faculdade de engenharia, tenho um milhão de amigos homens sem escrúpulos e sou umas das poucas que nunca nada das amigas, ou seja, posso não ter chego aos finalmentes, mas sei como é. 

A respeito do desempenho do Leãozinho: se for para perder a virgindade com alguém, não será com ele. Eu costumo dizer que dá para saber se um cara é bom de cama só pelo jeito que ele beija o seu pescoço. Se for afobado, quase rancando a sua veia aorta, esquece. Decepção na certa. Precisa ter tempo, manejo, jeito. A impressão que eu tenho é que esses caras desesperados vão ficar no vai e vem, e para mim só vai restar assaduras. Nem pensar. 
Teve apenas um momento que não parecia que estava com um adolescente, quando ele me pegou pela cintura. Mas foi um flash e passou rápido. 

E quer saber, foi ótimo. Não pelo cara, mas pela minha coragem e demonstração de mulher independente que sabe  o que quer. Desta situação, o que eu descobri foi:

Eu tenho culhões, e eles são rosa choque. 


domingo, 16 de junho de 2013

Homem frouxo


Ele não veio falar comigo: frouxo.
Não me chamou para sair: frouxo.
Não pediu para ficar comigo: frouxo.
Passou por mim e nem olhou: frouxo.

Miss Corações Solitários diz que sofremos da epidemia do homem frouxo. Eu concordava com ela, até pensar melhor.

Todo mundo quer ser feliz. E ninguém gosta de deixar a felicidade escapar. Pode demorar para pegar o jeito, mas a insistência, o treino, a vontade, faz diferença.

Então, minha querida leitora, quando um cara não te der moral, mesmo depois de falar coisas maravilhosas no seu ouvido e fazer planos para o futuro, não o chame de frouxo.

Chame-o de viado, de cretino, de filho da puta, biscateiro.

Porém, tenha em mente: não existe homem frouxo. Existe aquele que não está a fim de você.


Somos tão jovens

Um dia eu largo tudo isso. Largo pais, faculdade, estigmas sociais. Mudo para a Nigéria, Alemanha, Itália, Rússia, sempre caminhando a pé e com um caderno no bolso.
Um dia eu vou fazer o que eu quiser. Ter coragem de dizer não as coisas mais comuns na vida. E gritar um "Só se for agora" para as mais malucas. Dormir tarde porque me divertir e acordar cedo para escrever. Ser amante de quem eu gostar, e odiar quem não concorda comigo.
Um dia o mundo vai ser meu companheiro de aventura, o vento vai dançar comigo e a lua vai fotografar tudo.
Um dia, eu vou tomar coragem e dizer o que penso, esquecer dos amigos, e enlouquecer amores.
Um dia serei um espírito livre. Mas até que esse dia não chegue, vou estudar hidráulica 2 porque não está fácil para ninguém mesmo.


O que eu quero

O que eu quero são seus olhos em mim quando passo, e um sorriso quando retorno o olhar.
O que eu quero é seu convite para dançar quadrilha, e não uma intimação da nossa amiga em comum.
O que eu quero são palavras verdadeiras, sejam elas de sim ou não.
Quero que você me diga que não foi tão especial quanto foi para mim.
Depois faça uma careta, e complemente com "Só que não."
Não quero flores, ou anúncios no jornal.
Quero olho no olho, mensagens no facebook e recadinhos no celular.
Quero ter ciúmes de você, e depois perceber o quão boba fui.
Quero tomar sorvete sem se importar com o gosto, ir no cinema sem saber o filme, e deitar na cama sem dormir.
Quero que um dia chuvoso seja mais um motivo para ficar junto, e que a lua mais bela do ano zele por nós.
Quero que você me diga que lembra de mim desde o vídeo que me viu cantando.
Quero que quando você me perguntou se ia voltar ou não para a minha cidade não seja apenas para puxar assunto.
Quero risadas como na primeira vez que nós vimos.
Quero abraços, beijos, insegurança e a certeza de que tudo está bem.
Quero que você largue a sua timidez e prove para Miss Corações Solitários que você está curado da síndrome do homem frouxo.
Quero poder me inspirar em você e não esconder minhas vírgulas.
Quero dia dos namorados todo o dia, e quando perguntarem se estamos juntos, eu diga :"Estamos do jeito que estamos"
Quero que me assuma para os seus amigos e se interesse em conhecer os meus.
Quero que o seu abraço afasta todos os medos, e o beijos me deêm certeza de algo bom.
Quero que a sua mão me conheça, a sua cabeça me intenda, e o seu estômago crie borboletas por mim.
Quero chorar de medo e rir de alegria tudo de uma vez.
Quero que você passe para dar "oi" e me ensine sobre Machupicho.
Quero que divida suas paixões e crie novas.
E por fim, quero que diga: "Caralho, tô gostando de você, merda!"


PS: daria uma música isso... 



sexta-feira, 7 de junho de 2013

O momento

Ele estava com aquela conversa mole. Desde o carnaval aquele chove não molha. Eram "amigos", entende? As más línguas disseram que logo depois que ela foi embora, o moço não parava de perguntar "Cadê a fulana? Cadê?".
As férias andaram e a conversa continuava. "É seu aniversário quarta?", perguntou ele, "Vou te pagar um sorvete".
Soverte, sei.
Ele foi na festa dela no alojamento da faculdade. Não conversaram muito pessoalmente. Com todas as atenções voltadas para a aniversariante, ela não se preocuparia com o magrelo de dois metros.
Primeira festa do semestre. O cara que ela queria ficar (e não era o magrelo de dois metros) estava bebaço e mal olhou para a moça, destruindo duas esperanças e instigando seu instinto assassino.
Dia seguinte: segunda festa do semestre. "Quer saber, hoje eu estou bandida, vou ficar com o magrelo de dois metros." A mensagem correu e logo o magrelo veio falar com a fulana.
Ai veio a parte boa. O xaveco. A paquera. A competição com um outro cara que também a queria. Mas como diria Miss Corações Solitários, sofremos do mal do homem frouxo.
O magrelo alto logo foi chorar magoado em um canto da festa. Fulana ficou desesperada. "Como assim ele já parou? Eu só queria enrolar mais um pouco! Quer saber..."
A coragem foi tomada. Só esperava a largada. "Se acontecer isso, eu faço aquilo." O isso aconteceu. Fulana não pensou duas vezes. Invadiu a roda que o magrelo conversava e lascou-lha um beijo.
No inicio ele ficou assustado, com os braços abertos sem entender direito. Mas ele era uma cara esperto, não precisou de mais meias palavras para agir. Olhou para ela sorrindo. Confuso, mas feliz. Para ele, estava tudo perdido, então essa reviravolta. Depois de um tempo, ela chegou a perguntar:
"O que achou de tudo aquilo?"
"Tá brincando? Eu adorei!" E os olhos brilhando não o deixavam mentir.
E depois?
Depois aconteceu o que sempre acontece: coisa nenhuma. Eles podem até ter ficados algumas outras vezes, mas o perigo de se apaixonar está presente em ambos os sexos. Por isso é que eh sempre bom imortalizar o momento, e não a história.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Uma tarde de férias

Era uma dessas tarde frescas, sonolentas. Dessas em que as ferias estão acabando e há uma preguiça a mais no ar. Ela estava de roupa de ginastica pronta para dar o bote na geladeira. Psicolagicamente já se conformava, afinal, perderia naquele dia mesmo, todas as calorias extras recem-adquiridas. A campainha tocou, e a moça correu com o podim para o seu quarto.

A empregada atendeu a porta. Os homens que vieram substituir a porta do guarda-roupa do caçula não precisavam mais serem guiados pela casa. Eram dois, o empregado e o dono. O ultimo, entretanto, não estava lá apenas pelo seu simples dever de comerciante, se é que posso dizer sem adicionar desconfianças em uma certa namorada.

Do quarto da jovem, ela podia ouvir, enquanto deliciava-se cheia de culpa, as conversas nada peculiares. Uma das voses, todavia, era sedutora. Apesar de ouvi-la em um enredo de malandragem, resolveu memoriza-la para depois imortali-la em algum dos seus manuscritos. Cansou-se, pegou um livro épico para mergulhar seus pensamentos. Em meio das Cleopatras e Cesares, percebeu formigas a mais em sua escrivanhia. Artropodes inxiridos! Saiu do seu comodo de durmir e levou o prato vasio para a cozinha. Iria matar as malditas afogadas!

Zuleide veio correndo ao seu encontro. Ofegante e animada, falou-lhe como em um segredo:

_Quando você passou, o mais novo disse assim : "Por isso é que eu não caso mesmo, com uma beleza dessa, quem é que guenta?"

Ridiculo. Só porque esse marmanjo era o dono da rede dessas lojas de moveis ele não tinha o direito de trata-la assim. Ela não se importava o quão próximos eram seus pais politicamente. Detestava esses machistas de plantão. Achava que ela era o que? Mercadoria? Reprodutora? E além do mais, estava na casa dela. DELA! Não em exposição como em um açogue. Se não for respeitada onde mora, será aonde?

Nem se atreva a pensar "Na casa dele". Meditou consigo mesma.

_O que eu falo para ele?- perguntou Zuleide.

Mas ele tinha feito alguma pergunta?

_Diga que sou soro positivo, Zu. - e se foi. Ficar em meio dos Augustos seria muito mais util.

Sorte ou azar, as paginas acabaram. Terminaram tão rapito que mal a cama foi moldada pelo o peso do seu corpo em regime. Olhou no relogio. A mãe só iria busca-la daqui meia hora para a academia. Pegou seu companheiro com letras e foi acomoda-lo em uma das pratileiras do escritorio barra biblioteca. Fitou-as mais um pouco, e intereçou-se por contos de bruxaria. Acariciou sua capa vermelha antiga e embalando-o em seus braços ia subir para o segundfo andar quando foi interrompida.

_Ei, -era a mesma voz sedutora - quantos anos você tem?

Ela virou-se, e todo o seu encanto desfaleceu. Será que ele não tinha, mesmo, nada mais importante para fazer? Por que não ia xavecar a vozinha dele?

_13 e você?

Ele fitou-a da cabeça aos pé. Alta, corpo definido, seios fartos, cabelos longos. Tudo o que os seus 17 anos podiam lhe render.

_Você não tem 13. Parece ter 19. -disse como se fosse um crime não querer falar com ele.

_E você parece ter 40. Quantos anos tem?

_27.

Ela levantou a sombrancelha como num gesto: "Viu, otario". E virou-se. Subiria mais rapido a escada se soubesse que seria mais uma vez interrompida.

_Passa o seu celular. -refletia arrogancia em ordenar algo que deve ser pedido com ternura.

_Não tenho. -Era evidente a sua mentira.

_Como com uma casa tão grande você não tem celular? -parecia quase guspir as palavras.

_Prefiro outros tipos de investimentos. -olhou-o fixamente. Estava no auge da sua intelectualidade. Oculos de grau, tênis desgastados, livro nas mãos. Até sentiu um pouco de simpatia por ele quando lhe veio a mente que ele podia dizer "Bolsa de valores?".

_Em quê? Sapatos? -fitou-a com sarcasmo.

_Sossego.

Por que a vida é uma caixinha de surpresas

Sábado a tarde. Olhei frustada para minha mala. O frio batia á janela e eu não tinha nem uma blusa de meia manga. A festa seria as oito. Olhei para o relógio, ainda dava tempo de ir no shopping comprar algo para amenizar a minha hipotermia. Coloquei um sutiã, peguei o carro e só depois me dei conta de que não penteei os cabelos.

Comprei o que tinha que comprar. Respirei fundo. Estava cedo. Fui andar pelo shopping. Quantas lembranças esse lugar guardava. Aventura de adolescentes. Parei em frente a uma joalheria. Perdi-me entre os rubis e minha imagem milionária do futuro. Olhei para o lado.

Dane-se as grandes paisagens, os quadros famosos, as modelos esbeltas. A beleza estava bem ao meu lado. Um homem, de seus 28 anos, olhando, só, as seção de alianças de ouro na loja. Tentei fixar-me nele. Pegar um pouco de seus pensamentos, planos. Não pude. Nem ao menos tinha uma câmera escondida.

Dei de ombros. As pessoas se esquecem da beleza da sutileza. Quando observar ficou tão raro?

Peguei um sorvete no Mc Donald's. O mais calórico, por que aquele dia eu estava bandida. Sentei na mesa do fundo, no lugar mais quieto e sem graça da praça. Não sou amante da solidão, mas o cotidiano me fez conviver bem com ela. Os pensamentos voaram enquanto o chocolate pintava a minha boca.

Olhei para a frente. Um indivíduo sentou na minha mesa. 

_Meu anjo, -olhou no fundo dos meus olhos, -posso te fazer uma pergunta? 

A essa altura eu já pensava: não, eu não tenho parentes ricos. Se me sequestrar vai perder o seu tempo. 

-Claro. -olhei afetuosa.

_Você me acha bonito?

_Bem pegável. 

Até seria mesmo, se ele não fosse bixo e não tivesse 17 anos. Uma pena. Talvez se eu fosse um pouco mais nova... Enfim... valew a situação. Ele pediu o meu face e eu fiz o favor de logo sair dali. 

Não me adicionou, obvio. Não faz mal. Algumas anedotas não são boas se forem prolongadas. 



domingo, 5 de maio de 2013

Party Girl


É o termo que define o meu tipo de divertimento. Não gosto de passar o fim de semana vendo filme, ou na fazenda com a avó. Barzinho, só se for aquelas dançantes. Desde que fiz o meu primeiro RG falso e entrei em uma boate, descobri que lá era o lugar onde tudo podia acontecer. Claro que nunca tive um relacionamento sério saindo direto de um globo de luz... mas já tive aventuras.
Ser uma PartyGirl não consiste apenas em ir, beber e se perder entre as luzes coloridas. Tem toda uma preparação, um ritual.
Começa com a roupa. Você e seus amigos já decidiram que vão, então chega a hora de fuçar dentro do guarda-roupa. Qualquer guarda-roupa disponível serve. Seja pai, mãe, irmão. Mágicas acontecem. Onde saias viram blusas e um amarrar na camisa faz toda a diferença. Tudo é possível. Desde gritar freneticamente "Não vou mais, não tenho roupa" até sair correndo atrás de algo perfeito no último minuto.
Uma verdadeira PartyGirl sabe que a roupa faz toda a diferença. Você pode ter um estilo ou seguir o fluxo da moda, mas a questão é se sentir bem com o que está vestindo. Sabemos que a concorrência é grande e a  boa auto-estima é o voto de minerva, a divisão em uma festa boa ou ruim. O feitiço é, por exemplo, transformar a camiseta velha da faculdade em um abada, combiná-lo com uma saia de renda preta e o seu super salto, e ser paquerada por tantos quantos caras você quiser. E depois ficar com um só porque vocês conversaram em alemão.
Chega a hora de maquiagem, cabelo e unha. A autêntica PartyGirl tem a unha sempre pronta. Seja feita por ela ou por terceiros. Fora um dom sobrenatural em utilizar chapinha, secador e grampo. É aquele negócio, a prática leva a perfeição. E, a menos que você tenha um estúdio especializado em casa toda vez que for sair, tem que aprender a se virar. Porque a PartyGirl não é rica.No final, se realmente se identificar, vai ficar viciada em aprender coisas novas. Antes deu ganhar o meu kit de maquiagem aos meus 16 anos, mal sabia o que era um baton, depois virei mestre. Ter o material e o contato com as amigas, blog, youtube, é o ponto chave da situação. Só cuidado com a qualidade da maquiagem, pois ninguém quer parecer um panda no final da noite. Passar delineador ao invés de lápis evita isso.
Uma questão importantíssima é a locomoção. Seja carona, taxi, a pé, com os pais, amigos... é sempre bom estar antenado. Se você tiver um grupo de amigos que curti ficar o mesmo tanto que você em festa, então é tranquilo. Agora, se não... prevejo algumas ciladas a vista. Primeiro sempre temos a opção de ficar a pé e sozinhas. Depois as caronas com desconhecidos, ou com conhecidos, bêbados ou sóbrios.
Quando fui para a faculdade esse era o meu maior problema. Não tinha carro e meus amigos que possuíam tinham hábitos bem diferentes que eu em relação a baladas. As caronas combinadas nem sempre davam certo e eu acabava nem curtindo a festa com medo de ficar para traz.
A solução fui criar independência. Hoje trabalho com a premissa de que uma festa só é válida se eu consigo voltar apé dela. Ponto. "Ahh.. mas é na prainha". Dane-se! Se não tiver ônibus não vou. Fim de papo. Mesmo que ninguém queria voltar comigo, e isso é um problema eminente, sempre avalio as possibilidades. Tem vez que compensa esperar uma alma bondosa, outros mando tudo a merda e me vou.
No início, evitava ir de salto em uma balada, depois optei por levar um chinelo na bolsa. Essa última opção é a que esta dando mais certo até agora. Se estou cansada, coloco o chinelo e a festa continua.
Algo que me incomoda muito é a questão de ficar com um cara, só porque ele tem carro e pode levar você e suas amigas para casa. Uma coisa é por coincidência... mas sempre. Bom, vai contra os meus princípios. Apesar que algumas mulheres gostam de usar seu charme para esse tipo de coisa.
Banheiros, o terror de qualquer mulher em uma festa. Ou a fila é gigantesca, ou não tem papel, ou está horrivelmente sujo ou tudo ao mesmo tempo. Não há como mudar isso. Porém, ser esperta te dá um pouco de vantagem. Geralmente levo um pouco de papel higiênico na bolsa. Caso esqueça, e no começo da festa o banheiro estiver com papel, pego e guardo. A respeito de filas, evite começo e fim do show. E o cheiro, bom... nada é perfeito nessa vida, né?
Agora, para tirar as famosas fotos no espelho.. por favor, faça isso no começo da festa, enquanto o álcool não subiu e sua maquiagem está intacta.
Ir no banheiro é uma boa desculpa para se desvencilhar de quem quer que seja e dar uma paquerada no local. A respeito de paqueras, é bom deixar claro que o tipo de grupo que você for influencia. Se tiver homens, pode esquecer. Sua noite de pegação está furada. Principalmente se os marmanjos não saírem de perto de você. Lembra-se: um homem no meio de muitas mulheres pega mais do que uma mulher no meio de um bando de homem. Acho que para eles é tudo questão de território, coisa que o sexo masculino respeito, diferente da mulherada.
Eu já saí com apenas mais um amigo homem, e estabelecemos um esquema. Ficamos juntos até a hora em que resolvemos sair para pegar alguém. Geralmente ele pega alguém primeiro, seja sozinho ou com minha ajuda (o que é o mais comum), então ficamos os três juntos. Dançamos, damos risadas... aí é a minha vez... com a peguete dele, vou dar a famosa volta. Se paro em um lugar estratégico, e o meu amigo homem se aproxima achando que a situação terminou, dispenso ele com um sinal de mão. Chegamos juntos com um casal, é verdade, mas agimos como verdadeiros companheiros de balada, no final das contas.
Se optar por um grupo só de meninas, cuidado com o tamanho desse grupo. Muitas mulheres juntas intimidam demais, e a gente sabe que nunca sai boa coisa disso. O ideal são três. O cara vai conversar e as outras duas podem se fazer companhia.
Há dois motivos para sair em uma balada: se divertir ou ficar com alguém. Essa galera que sai para comentar das roupas e hábitos alheios, para mim, são fofoqueiros, invejosos infiltrados em um ambiente de diversão.
Enfim, escolher entre se divertir e ficar com alguém depende do seu estado de espírito. As vezes um compensa mais do que outro. Entretanto, pelo menos para mim, estados de espírito diferentes requer atitudes diferentes. Divertir, para mim, é dançar. Acontece que suar não é muito atraente, apesar da dança ser. É questão de escolha. Se quero pegar alguém, danço de uma maneira mais tranquila, observando.Olhos e cabelo são a chave no negócio. Se quero me divertir, extravasar... bom... no coments. Danço para mim, e o resto que se dane.
Bebida. É delicado. Tem pessoas que só se soltam depois de um drinque e outras tem pavor a isso. Essa também é uma questão de paz de espirito. Se quer cair de bêbado, ok. Só avise o seu carona e seus amigos pra cuidar de você. Planeje.
Pessoalmente, só bebo algo que eu goste do gosto. E ainda assim, bebo sem presa. Se sinto que está subindo e eu não estou na vibe de ficar locona, paro. Ponto final. Já passei baladas inteiras sem álcool. Foram boas, claro. Mas me cansei rápido demais. Ao passo que as regadas a álcool sempre rendem mais coisas, afinal, nenhuma boa história começa com "Um dia comi uma salada...". Não exagero não. Estar sóbrio te dar a vantagem de rir das cagadas alheias.
E acredite, uma boa festa open bar por render assunto por muito tempo.
Outra coisa que eu não estava acostumada era passar calor em festa. Na minha cidade, tudo era regado a ar-condicionado. Quando fui para a faculdade, isso mudou. Na primeira semana aprende que uma boa maria-chiquinha na bolsa, ou grampos, é a chave do sucesso.
Em toda a festa que eu fui, um elemento nunca faltava: maconha. Aprendi a reconhecer o cheiro dela só de senti-la por aí. Os maconheiros geralmente ficam em um canto da festa, em rodas, com o baseado passando de boca em boca. Eu não curto, apesar de ter amigos próximos que curtem. Evito ficar perto para não ter a famosa do de cabeça por ser fumante passivo. Algumas vezes isso não rola, e eu sou obrigada a conviver. Nunca me ofereceram nada. Tudo é questão de postura. Não fico curiosa e deixo claro a minha posição. Ninguém começa a fuma maconha porque o obrigaram ou forçaram, isso é uma decisão interna. Seja por aceitação ou curiosidade, os motivos não importa, o resultado é o mesmo.
Os maconheiros são como um grupinho secreto, você sabe que existe, mas se não estiver no meio e com malícia suficiente, não vai desconfiar de nada. Eles evitam o "dar pala". Uma pessoa "palosa" é aquela que fala para todo mundo que curte uma erva. Nenhum maconheiro de verdade gosta de dar pala. Porque é perigoso para ele. Maconha ainda não fui legalizada.
Por isso, muitas vezes, quando não fumam em festas ou show, eles fumam dentro de casa, com a janela fechada. O que é extremamente desconfortável se você se encontrar em uma situação dessa e simplesmente não curtir o barato.
E por fim, brigas. Brigas são diretamente proporcionais ao grau alcoólico e de inteligência. Não se pode evitar todas, mas o silêncio ajuda bem. Ficar quieto, fingir que não ouviu, deixar para lá, esse é o segredo. Evite amigos brigões ou mesmo aquela mulherada que insiste em paquerar homens alheios e vice versa. Todos sabem que elementos começam uma briga. Todos conseguimos evitá-las. As mulheres que frequentemente são assediadas de maneira incisiva, sejam diretas e mantenham a postura. Olhe e diga: "Não quero. Desculpe" e se vá. Se você não for, será interpretada como um charminho, aí não tem do que reclamar, né, minha filha. Uma simples virada de costas é suficiente.
Algumas pessoas, principalmente religiosos, dizem que o ambiente da balada é falso e pesado. Ao meu ver, tudo depende de como você vai e as energias que carrega. Sempre fui em baladas e sempre saí bem delas. Tenho o meu jeitinho de lidar com algumas situações e mando a merda muitas outras. Sou uma autêntica PartyGirl e não me envergonho disso. Tenho minhas manias, é claro. Sempre, antes de dormir, por mais cansada que esteja, tomo banho e lavo até a cabeça. Se fiquei com alguém então, escovo mais dentes como se isso valesse a minha vida. Pode até ser toque, mas é o jeito que eu me sinto bem. Ao ir, e ao voltar. E no fundo, todo mundo quer ser feliz.
 


quinta-feira, 2 de maio de 2013

Precisando me benzer

Estou ciente que na vida de uma mulher solteira sempre aparecem mais canalhas do que caras que possam valer a pena, mas.. por Deus... o índice de canalhisse está ultrapassando arranha-céus.
Antes, bastava um carinha ser legal, bonito e me querer que ele já era considerado bom o bastante para mim. Porém, agora, esses adjetivos estão ficando gastos. As pessoas estão mais bonitas e eu ficando mais confusa do que nunca.
Sempre acredite que se várias pessoas te tratam de uma maneira que você não gosta, então o problema é com você, baby. Porém, o que esperar de uma cena assim:
ele:_Vou na sua casa amanhã.
ela:_OK. A gente vê um filme. Aparece aqui as nove.

No dia seguinte, as 7:40.
ele:_Nossa, comi demais hoje. Estou sem carro.
ela:_Ah, normal. Feriadão.
ele:_É... mas não consigo nem andar, mal subi escada. Comi demais. Não dá para ir ai, não.
ela:_Se você não quer vir aqui, tudo bem. Mas inventam uma desculpa melhor.
ele:_Não é desculpa, Teoria.
ela:_Claro que não! ^^

Ai eu fico pensando, o que eu estou valendo, eim? Porque nem uma mentira decente o cretino teve o trabalho de inventar!
Miss Corações solitários esta certa.“O que a mulherada enfrenta é a epidemia do homem frouxo”
Frouxo e burro.
O que essa anta pensou? Que eu ficar de boa? Que é super normal isso acontecer?
Vá a merda!
Depois fica dando uma de bonzinho protetor. "Deixa eu dormir junto com você. A gente fica abraçadinho. Eu te protejo."
Protege o caralho! Filho de uma puta!
É verdade que eu não queria nada sério com você. Afinal, que perspectiva tem um caro que fuma um beck diariamente, esta no sétimo ano de faculdade, sem previsão de formatura, e não consegue passar um maldito fim de semana longe da mamãe?
Não estou nem pedindo a verdade, SÓ UMA PORRA DE UMA MENTIRA MELHOR!!

Homem é tudo cafajeste mesmo. Quando eu falo que nada vai acontecer, que não pretendo satisfazer nada de ninguém, primeiro me chamam de louca. Os mais honrados tem a decência de desaparecer depois de uma conversa séria. Agora uns ficam, e insistem.
Começam a falar que eu não encontrei a pessoa certa, que eu preciso me apaixonar. Ai esses mesmo, com essas conversinhas fiadas, ficam forçando uma situação, tudo em nome da paixão e do meu conforto, para eu me libertar dos meus medos. Quanta gentileza. Fico até impressionada com a bondade no mundo.
E depois me aparecem com uma dessas. Ou fazem com que eu me apaixone, e somem!

Ou pior!!! Porque pior que ex-namorado-pé-no-saco, é ex-ficante-pé-no-saco! Porque eu não tive nada sério com o maldito, só me apaixonei a toda. Uma paixonite autodestrutiva de um mês.
Então o pé-no-saco insiste em achar que eu ainda gosto dele, depois do tremendo pé na bunda que ele me deu. A gente se encontra em festa, e, ao invés do maldito me cumprimentar de longe... não! Ele vem, e vem me dando beijinho na bochecha e me abraçando. Se achando o dono do pedaço. Como se a gente fosse amigo.
Amigo o cacete! Não sou sua amiga! Nunca fui sua amiga! Nunca quis ser dua amiga! E não pretendo ser a sua MALDITA AMIGA!
Só não desejo a sua morte porque tenho dó do capeta!
E não feliz, o otário me abraça de novo!
Então eu viro, e digo:
_Tudo isso é saudade, é?
Porque, pra mim, se não for isso, é doença. Mas é claro que não é isso. A vida nunca é tão simples assim.
Ele quer dar uma de bom moço, se fazer de herói. Do tipo do cara que não faz mal a garota alguma. Que fica cumprimentando ex ficantes como se elas fossem amigas de infância.
Agora, o que o resto do mundo não sabe, é que, um dia, a gente estava tudo bem, e no outro, ele some. E sabe porque? Porque ele não teve a coragem de falar para mim que não queria mais porque ele precisa de um lugar para enfiar o pauzinho dele.
Epidemia do homem frouxo!

Eles falam que a gente é que é louca, histérica, insegura... mas, me desculpa, tem que ter muita paz de espírito pra aguentar tudo isso quieta.
Não sou uma dama e tenho dó de quem é.
Eles que me aguardem. Só não falei tudo isso pessoalmente por questão de oportunidade.
Mas Fortuna tem uma roda que sempre gira.
Até lá, eu vou atras de uma benzedeira.

Apesar que, do jeito que tá, é capaz dela me benzer com maconha! 
Melhor! Assim eu tenho história pra contar. 




sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Embalos de quinta a noite

Quintaneja é o que há. Ainda mais para quem gosta de dançar e tem um primo pé de valsa, tipo eu.
Fomos em 3 casais de amigos. Amigos mesmo.
Um dos casais ficou bem anti-social. Eles eram de fora e pelo visto, o cara estava interessado na garota.
Depois de dançar horrores e dançar bem, modéstia a parte. Parei e fui tomar uma água na mesa.
O cara anti-social, virou para mim e disse, com um jeito de nojinho:
"Nossa, você está suada. "
Olhei para ele. Pensei: claro que eu estou suada. Não venho em uma balada sertaneja pra dar uma de vitrine!
Engoli meus pensamentos. Sorri e disse:
"Suada? Sinal que fiz alguma coisa quente. "