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segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Resenha filme: Zootopia

Zootopia é uma animação da Disney que deixa no chinelo qualquer explicação de igualdade que qualquer especialista consiga dar.
Em forma de fábula, utilizando a diferença dos animais como tema de fundo, Zootopia te ensina que, além de você poder ser quem você quiser, não se pode esquecer que os outros também podem ser quem quiserem. É um tapa na cara, não sutil e de fácil compreensão, a todos os tipos de grupos extremistas e radicais. Basta você substituir os problemas entre predadores e presas por qualquer outra questão que nos afligem no mundo: seja de raça, religião, gênero, ideologia. Todos esses problemas se encaixam em Zootopia e recebem lição da animação.
Esse é o tipo de filme que não devia ser para crianças, apenas, mas para os adultos de uma maneira geral. Ele mostra de maneira tao clara a questão do preconceito, de todas as formas, que chaga até arrepiar.
Então, eu recomendo que se você tem filhos, sonhinhos, afilhados, coloque eles para assistirem essa singela fábula da Disney, e depois abram espaço para eles que digam qual a lição que tiraram dai. E, se você tiver sorte, chame os mais velhos para ver também, desde adolescentes ate os mais idosos. Porém, para essa galera da faixa etária maior, não abra para a discussão. Deixem que eles se recuperem do baque social e cultural e reflitam internamente.
Os produtores da Disney realmente quiseram afetar a sociedade de uma maneira positiva. E conseguiram. De maneira muito inteligente e prática.
Não se enganem com a temática de uma coelhinha querer ser policial e sua história de superação. Essa parte é 10% de um enredo maravilhoso.
Recomendadíssimo! Não tem como se arrependem. Depois de assistir, tenho certeza que vai sair se questionando.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Ogrinhos

Quando eu era pequena e via os príncipes corajosos nos desenhos da Disney eu sempre imaginei que o meu Sr. Certo seria assim. Então a gente cresce e percebe que nenhum são príncipes, e a maioria é Shrek. Porém, até o ogro verde tem coragem. Ele enfrentou um dragão, a família dela e de quebra o burro. E estão com três filhos pra cuidar!
Ele pode até estar com medo, mas não exitou em cumprir os seus objetivos. Não ficou marcando compromissos para adiar a sua missão. E nem se escondendo atrás dos amigos. Os amigos os apoiaram, mas foi ele sozinho que conquistou a princesa.
Os ogros de hoje em dia se esqueceram de crescer. Ou será que são as ogras que estão velhas demais?
O fato é que ogras querem a disponibilidade deles. Querem ligar e não dependerem de ninguém. Querem um companheiro para os banhos relaxantes no pântanos. Querem que eles tenham idéias para o jantar e apareçam com algo novo de vez em quando.Querem presentes com significado. E não algo que estavam precisando e tinha que acontecer.
Novidade seria um bom pedido. Até nas falas ao pé do ouvido a mesma coisa cansa, né? E dica, quando a ogra preguntar como foi o dia assustador do ogro, que ele não comece falando que foi horrível e que não assustou ninguém.
A ogra não pede muito.
Acho que no fundo ela quer um ogro mais crescidinho, mais sabido da vida.


quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Puta puta puta

Quando meu primo era mais novo, uns dois aninhos mais ou menos, o meu tio o levou para passear de carro. Uma moto ultrapassou de maneira errada e meu tio gritou:
_Seu filho da puta!
A partir disso, meu primo começou a repetir "Puta. Puta. Puta." Era fato que não sabia o que significava essa palavra, mas achava engraçado o jeito horrorizado que as pessoas olhavam para ele e a maneira como repreendiam o meu tio. Se alguém dizia algo, ele interrompia com uma gargalhada gostosa de criança.
Hoje em dia, comparando as ações das pessoas, eu digo que elas não são tão diferentes do meu priminho. Elas falam puta sem se preocupar de que isso não define caráter. Falam puta para se defenderem.
Fui a um churrasco da faculdade. Apenas unespianos lá. Ou seja, o vestibular selecionou um pouco o QI dos convidados. Conversando, um deles virou horrorizado para as minhas unhas.
_Esse esmalte é vermelho de puta!
E um outro completou:
_Isso e passar batom vermelho também!
Eu parei.
_Passo batom vermelho todo o dia para ir para a faculdade.
Então eu senti os olhares de pena e desgosto caírem sobre mim.
Como se a cor disso ou daquilo definisse o tipo de pessoa que sou. E, francamente, sabemos que na faculdade todo mundo tem o rabo preso em alguma coisa.
As pessoas usam a palavra "puta" para impedir que fazemos algo, para nos proteger, quando a final, elas só ficam repetindo "Puta. Puta. Puta" porque, assim, acham que ficam imune a isso ou aquilo.
Os homens se esquecem que para serem os pegadores, precisam de mulheres. E eles tem medo dessas mulheres. O maior medo de um homem, além do chute no saco, é um par de chifres. E as supostas putas não se importam em correr atras da sua felicidade, sem ficar chorando por ai.
Uma das meninas que estava comigo, ficou até altas horas, esperando um amigo dela dar uma rapidinha, para que ela a veja ir embora sozinha, assim ele não teria como falar mal dela.
Então eu penso: por que, Senhor?
Quem é ele para dar carta de ingenuidade a alguém?
"Ah.. mas depois ele vai ficar falando mal..."
Dane-se!
Ele, pelo visto, não é nenhum santo, também.
Somos mulheres independentes, lavamos nossas calcinhas e tomamos nossas dps. Serei puta quando eu quiser. Não vai ser você, ou a cor da minha unha, que falará por mim.
Se eu quiser dar no primeiro encontro, darei. Se eu quiser casar virgem, casarei.
Não me inclua em seus esteriótipos.
E se você tem medo de mim, vá embora.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Opinião Alheia

Uma amiga puritana minha me ligou ontem a noite. Ela é uma das pessoas que mais considero nesse mundo, então contei das minhas peripécias do sábado passado. A análise dela foi:
-você é hipócrita, tem coragem para chamar o cara mas não tem coragem de dar para ele;
-você é bipolar, e vai se machucar com isso;
-você vai ficar falada;
-(e a pérola da noite) você é sociopata.

Segundo ela, eu sou impulsiva. Vivo em um estada de tristeza comum, pelo fato de não ter amigos na onde eu moro, não ter caras que gostam de mim, e receber diariamente um nabo da faculdade. Depois, quando eu conheço alguém, ou algo, deposito toda a minha energia e felicidade nisso, passando por um estado de profunda depressão quando as coisas não saem como o previsto.

Sim, ela é a minha amiga e sim, disse a verdade. Mas que mal há nisso? Eu me divirto horrores com a minha bipolaridade. É certo de que eu não sei bem o que eu quero. Mas quem pode dizer que sabe?

E francamente, hipócrita? A liberdade sexual está aí para eu poder escolher. Não é por que eu chamo alguém que eu tenho que dar para ele. Eu dou se eu quiser e quando. Fim.

Ficar falada? Em que século nós estamos mesmo? Parece a minha mãe com todo o seu preconceito machista. Ninguém gosta de roupa usada, ninguém gosta de comida fria... fala sério. Não sou roupa nem comida. Sou um ser humano que não tem seu caráter definido por quando homens ama ou deixa de amar! Caráter é como você trata as pessoas, o quão sincera você é com elas, sem joguinhos ou artimanhas.

Sociopata? Tantas coisas mais criativas para me chamar. Louca, estérica, estranha. Agora só por que estou cheias de dúvidas e estou curtindo a minha espontaneidade, sou classificada com distúrbios psicológicos? Jura?

Só por que você não consegue me entender, não quer dizer que eu estou errada. Sou um ponto fora da curva? Ou a sua curva que está ultrapassada?



E de verdade, se não fosse pela minha loucura no sábado a noite, qual seria o drama da minha vida hoje?

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Estatuto do Nascituro -AQUI NÃO!

O projeto aprovado em 5 de junho de 2013 pela Comissão de Finanças e Tributação da Câmera, por 16 votos a 7. A proposta prevê a proteção em absoluto do nascituro, transformando para crime hediondo o aborto, e o proibindo até em caso de estupro, acéfalos, ou perigo para a gestante. E ainda, caso ocorra aborto espontâneo a ex-mamãe será investigada para provar a sua inocência.
Em caso de violência contra a mulher, ela receberá uma bolsa, equivalente a um salário minimo, e se o agressor for identificado, ele que deverá pagar e constará seu nome na certidão da criança. (Estatuto do Nascituro)
Meu espírito feminista me fez pegar uma metralhadora e acabar com essa palhaçada!
O Brasil é um país que só retrocede. Enquanto os países mais desenvolvidos, como Suíça, Dinamarca, Inglaterra, o estado se declara abertamente leigo, o brasileiro vai, cria, e aprova um estatuto. Proibindo o direito de escolha. Interferindo na tomada de decisão. Promovendo atos de violência sexual. Bolsa Estupro?
Por que não faz uma Bolsa Xerox para estudantes?
Lembo o estatuto na integra me senti na Idade Média, onde a única função da mulher era parir, criar uma família e zelar pelo modelo de família tradicional.
Está mais do que claro que a família tradicional não é mais a mesma. Temos o divórcio, homossexuais, a três, sem filhos, apenas um pai, apenas uma mãe, criado pelos avós. E sabe porque tudo isso?
Porque todos temos o direito de sermos felizes, e pelo fato de sermos diferentes, nossos estilos de felicidade também são.
O Estatuto do Nascituro não vai contra apenas ao direito ao corpo, mas sim ao direito de escolha. É mais um passo rumo a uma ditadura, onde moral e lei estão acima do indivíduo.
Voltando para a casa a noite e pensando no que aconteceria se esse novo projeto entrasse mesmo em vigor. Um pânico entrou em mim.
Não há segurança para andar sozinha, e nada que me proteja se algo acontecer. No final das contas, voltaremos à época em que mulheres só andavam acompanhadas. E o direito de ir e vir?
E se algo acontecer, eu pensei, e eu ficasse grávida. Por que eu sou virgem, não tomo anticoncepcional, então as chances deu engravidar são altas. Se algo acontecesse, e acontecesse de verdade, terei que largar a faculdade, o sonho de ir para fora, complicar ainda mais a rede de relacionamentos e conviver diariamente com a lembrança de uma violência. Sei que essa criança não tem culpa, mas eu tenho? Fora doenças...
O sentimento que me subiu ao corpo quando considerei essa situação foi de pânico puro. E o pânico me levaria ao suicídio. Fato.
Um desespero interminável. Uma visão ofuscada do futuro. Uma mudança drástica em uma vida porque uma outra queria acabar com o tesão.
E o estado ainda diz prezar pelo meu bem estar.
Eu terei auxilio? Sim. Eu terei acompanhamento psicológico? Sim. Eu terei um pai para o meu filho? Sim. Mas sabe  o que não vai ter? AMOR.





quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

I'm glad you came...

    Recebi uma ligação. Era meu melhor amigo homem. Vamos iniciar juntos meu projeto TeoriaGostosa. Esse meu melhor amigo homem é perfeito. Bonito. Inteligente. Bobo. Engraçado. Só não é gay.
Eu sei que aqui eu sempre reclamo a respeito dos gays. Há muito gay no mundo para pouca lésbica. Porém, o único cara que seria ok se ele fosse gay, não é. 

    E do que eu estou reclamando?

   Bom, existe muito preconceito a respeito disso.

   Já reparou o quanto as pessoas ficam desconfiadas com uma amizade entre homem e mulher? Pergunta se a gente namora, se eu gosto dele, se eu vou gostar dele, se tem um sentimento... O cara já lambeu a minha mão! Não dá para ter nenhum tesão escondido por alguém que lambe a sua mão! 

   Por que não pode ter só amizade? 

   Eu vivo no meio dos caras (sou engenheira, esqueceu?) e não reclamo não. Tirando os assuntos inconvenientes e as brincadeiras de crianças, eles são ótimos para conversar e a fofoca flui de um jeito magnífico.

   O problema da amiga mulher é que ela pensa igual a você. Age com as emoções e tem tantos problemas emocionais quanto você. Agora, o amigo homem... bom... ele te ouve. Pode não prestar atenção, mas quem se importa?

    Ele te mostra a realidade da vida.
   "Calma, ele não te respondeu ainda porque deve estar batendo punheta, eu também faço isso. "
   "Você não está se oferecendo direito, mulher, agarre o seu homem! "
   "Ele só te quer por causa da sua buceta! "

   Além do mais, se surge uma dúvida a respeito de alguma coisa a respeito do sexo masculino porque não ir direto na fonte?
   "Ahh... a gente só paga a conta quando quer comer depois, por isso que ele tá de boa." 
   "De 0 a 10 eu te dou 7,85, ok? "

   As línguas mais experientes dizem que os amigos-homens atrapalham a sua paquera. É verdade, não nego. Entretanto, sou a favor de possuir vários tipos de amigos. Uns para fazerem loucura e outros para não se incomodarem de ficar de vela. 

   A mulherada lutou tanto por direitos iguais e agora me vem com esse tipo de preconceito? 
   Muita hipocrisia.
   Sou grata pelos meus amigos-homens. Eles me ouviram e me deram a mão no momento que eu mais precisei. Sem pedir, nem um vestido, e nem o meu corpo nu em troca. 
  

   

domingo, 2 de dezembro de 2012

Get a massage

Hoje eu foi a uma massagista. Não que eu estivesse as vésperas de fechar um acordo internacional referente à paz no Oriente Médio, mas estava precisando.
Quando ela me viu, uma garota bem cuiada, mal chegada aos 20 anos, percebi uma certa surpresa. Daquelas do tipo que te olham e te imaginam como uma mimada, presunçosa e fútil. 
Quanto a mim, só fiquei por lá pelo fato de meus ombros estarem doendo muito e eu já ter preenchido o cheque. 
Enquanto ela equilibrava a minha linha do meridiano, passei a pensar, antes de entrar em uma meditação profunda. Os jovens-adultos de século 21 estão mais estressados. Por que?
Por que antigamente era diferente?
Por que nos exigem tanto? O mundo está tão rápido assim?
E será que algum dia ele vai chegar à uma velocidade tão alta ao ponto de parar? Ou explodir? 
Confesso que fiquei incomodada. 
Uma senhora de meia idade que ganha a vida com relaxamentos e yogas definitivamente tem menos preocupações ou pressões que eu. Assim como eu tenho menos stress que chefes de estados.
Porém, ninguém tem o direito ao julgamento, muito menos ao veredito final.
O que ela sabe de mim? O que eu sei dela?
Talvez o problema com o mundo de hoje seja a importância que as pessoas dão aos próprios tormentos.
Minha aflição sempre será maior que a sua, pelo simples fato deu não conhecer seu temor por inteiro.
E daí?
Em um mundo tão individualizado, quem se importa atualmente com as apreensões alheias?
Achar alguém para falar é fácil, o difícil é encontrar alguém que realmente se importe. 
Todos querem tando mostrar suas opiniões, enfatizando o quão únicos são, que nunca há ninguém para ouvir. 

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

"Julieta" de Anne Fortier

Quando desembrulhei este livro dos papeis de embrulho de natal não imaginei o quanto ele me prenderia. Sou fissurada por livros. Porém, de uns tempos para cá, tornou-se uma odisséia  encontrar algum pedaço de página cujas letras saltavam com tamanha intensidade que me obrigavam a ignorar a minha bexiga e terminar o capítulo. Seja pelo fato de, com o hábito da escrita, eu me tornei chata e prepotente em relação as produções artísticas alheias, ou mesmo pela deficiência de algumas pênas por ai.
Contudo, Julieta intrigou-me por completo. Primeiro por a personagem principal e toda a trama possuírem o sobrenome de um nome que eu conheço. Imagine os meus olhos esbugalhados quando o reconheci. Uma coincidência para mim. Todavia, não há você.
Segundo, e o intereçante a você, é que o enredo caracteriza-se por misturar fatos de 1340 com a atualidade. As vidas das personagens, apesar de separadas por 600 anos, se entrelaçam com uma magnetude exorbitante.
As menções e alusões à obra mais famosa Sheakesperiana, tanto como a linguagem, que, apesar de moderna, carrega um vintage do séc. XVII, trazem a obra a um patamar superior das atuais.
Dinâmica, o romance não possui passagens de encher páginas. Contém personagens que poderiam ser encontradas nas ruas, com limitações e peculiaridades. As situações, apesar de serem ficticias, não saem por completo da realidade, levando o leitor a imaginar possivél tais acontecimentos em sua vida banal.
A linguagem, analizada por uma irmã escritora, é arrojada. Apesar dos traços modernos traz as combinações artísticas dignas de uma Academia de Letras. Há metáforas bonitas. E para os leigos, intereçados apenas no desfecho da história, ela é rapída, consiga e empolgante.
Para terminar, a autora. Gosto de pensar que ao ler-se um livro, descobre-se ai as características marcantes do seu criador. Criadores excêntricos, atormentados e vividos tendem que a sua obra seja divina e intereçante.
Anne Fortier, através de seus escritos, nos mostra sua paixão por Sheakepeare, além de seus estudos aprofundados no assunto. Ela deve ter passado anos debruçada em fragmentos antigos, tanto quanto fossem necessários para implantar em sua linguagem o estilo teatral.
Concluo propagando Julieta. Aos leigos pela sua história instigante. Aos escritores, pela sua linguagem elaborada. E parabenizo a Sra. Fortier pelo magnífico trabalho.