Hoje fui no cinema

Eu fui ver o tal do Eclipse. É o menos pior dos 3, se quer saber.Não li o livro, talvez por isso esteja criticando tanto o filme. É de conhecimento geral que o livro ganha de knowkaut (perdoem minha grafia ingênua).Foi assim com Percy Jackson, porque com a Bellinha seria diferente?

Entretanto, há algumas caracteristicas na obra em si que merecem atenção.Aliás, falta delas. Não me leve a mal, e não me chama de coração frio.Adoro romances.Até escrevo eles.Mas puta que pariu! Que pôr-do-sol mais sem graça!

Ha.Ha. Não adiante me fuzilar com esse olhar. Tenho o direito e o dever de apontar as ridiculices e falhas dessa alegoria vampiresa.Sou escritora, meu chapa.Tenho uma visão literária que vai muito além da do senso comum, ou seja, meninas de 13 anos freneticamente loucas pelo vampiro gay e o lobisomem gostosão.

A historia central é boa, antes que a opinião publica condenem-me a pena de morte. O trio amoroso é criativo.A rixa entre os filhos de Drácula e os homens-lobos é bem mais antiga, mas a maneira como a autora colocou tais elementos para fazer o seu coração palpitar é divina. Desejei EU ter tal ideia.

Todavia, não há dinamismo. Chega a um ponto da obra que queremos que a Bella se mate, o vampiro morra e o lobisomem seja preso no canil. Ai você veem e me diz, todo arrogante:"Eu não fui assim.Todos os milhões de fãs não foram assim" Dã.Idiota. Os milhares de fãs não tem a visão que os fabricadores de enredos tem.E eu vou explicar tal visão.Então aquieta a periquita e me escuta.

A historia central é boa (estou repetindo para você não me chamar de cética), porém (frisa esse "porém" com luz néon), não é só de uma historia que se faz algo bom. Precisa-se de outras para completar a principal, preencher a obra e torna-lá mais dinâmica. Por que acha que ler clássicos não é o prazer popular? Tirando a linguagem, o maldito português arcaico (apesar deu achar uma arte) só há um conflito. Pense bem, Moreninha, Helena, Quincas Berro D'Agua, Senhora, Macunaima. É facílimo saber quem são as personagens principais. Não são só as personagens principais que são importantes, apesar de parecer estranho.

Os personagens secundários, e até os de pouca presença, são os embelezadores da obra. Os conflitos de cada um deles torna o central muito mais intenso. O livro, e até o filme, se transforma em algo interessante, atraente.

De vez em quando é preciso fugir da historia ícone, para valoriza-la. O enredo de uma maneira geral fica mais coerente com a realidade, para assim, poder abusar da imaginação com mais eficácia. Se uma coisa está em demasiado longe do real, fica difícil senti-la. Por isso a critica.Se a Estephani não deixasse os personagens secundários com suas historias prontas e acabadas, teria uma aceitação ainda maior. Deu para entender o meu raciocínio?

E outra coisa, já reparou com a Bella e todo o seu clã é egoísta? Quero dizer, se ela morrer, o que que muda na vida da humanidade fictícia do livro? Em comparação, se o bruxo Harry morrer, o quão ferrado estariam os trouxas? É muito egoísmo da parte dos Cullen proteger a mocinha, é egocêntrico da parte dela deixar-se ser protegida. O Harry não, coitado. Ele entrou nesse sem querer.

Diferente da Isa. A menina procurou encrenca. "Ah, mas ela seguiu o seu coração" OK.Mas em termos práticos, na vida quem em sã consciencia, dá a chave de casa para o bandido? "Mas é ficção, bobinha, não precisa ser real". A arte imita a vida, para depois ela imita-la. Não precisa ser real, mas tem que ter uma coerência. Estar interligado com o comportamento dos indivíduos.Mesmo cada um sendo um, e tendo a sua individualidade, há coisas que são sensatas. Fugir disso torna o enredo fraco e chocho. Por que as pessoas gostaram tanto do romance? Se identificaram com eles. Viram em suas ações possíveis realidades. E é tal ligação que torna um enredo inigualável.