terça-feira, 25 de outubro de 2011

O mal uso

Nunca fui daquelas pessoas más. Tampouco fui considerada uma boa samaritana. Pertencia a insignificância da média, uma média de áurea branca e gentil. Ignorando as maldades do ser humano, sempre fui bondosa. Nunca tirei de mim para dar aos outros, mas fazia o possível para ajeitar as coisas.Vendo o lado bom dos homens e acreditando no bem de uma maneira geral.
Era ingênua. Digo ingênua para não me assustar ao ouvir de minha boca as palavras "tola" e "otária".
Agora deparo-me com o uso extensivo de meu ser, com minha manipulação.O mal uso de mim mesma.
Comprada com doces e carinhos.
Seria o reflexo da minha carência imprópria?
Não sei. Só sei que os sussurros sopram em meus ouvidos e com eles vem a certeza de que quero aquela pessoa o mais longe de mim.
Não me importa se arranjarei coisa pior, mas ela me mata aos poucos, com agrados e sorrisos.
Meu coração sangra quando minha mente insiste em absorver toda a situação.
Ninguém tem o direito de fazer de mim uma marionete.
Mas os sussurros me avisaram. E eu obedecerei.
Ela vai embora.


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