domingo, 13 de janeiro de 2013

Amor e seus jeitos

Acabei de assistir Marido por acaso. Um filminho até que bom. Porém, observando o desenrolar do enredo, comecei a debater a respeito da minha vida.
Como todo filme romântico, aquele amor incontrolável sempre está em ação. Uma coisa pouco planejada,  com borboletas no estômago e batimentos cardíacos desenfreados. Nunca senti isso. Apenas o vivi nas poucas vírgulas escritas ou lidas.
Não acredito nisso. Essa é a verdade. E mais cruel ainda, tal verdade passou a influenciar na alegoria de minhas fantasias, tornando meus enredos mais céticos que ateus em feriados religiosos.
Mamãe me criou para um romance sensato. Nada de loucuras ou sofrimentos desvairados.
Entretanto, se formos parar para pensar, quem está imune ao sofrimento?
Sabe, eu tenho um ex. Nosso relacionamento era perfeito. Só havia um pesar.
Quando ele me olhava nos olhos, dizia algo do fundo da alma. Comentava o quanto era feliz por estarmos juntos. Eu consegui ver. Vinha de dentro, sabe. Ele me amou. Eu sabia disso. Não um amor regado de vantagens. Apenas amor.
Eu tinha vontade de chorar. Tive dó de mim mesma. Ele era feliz por provar das maravilhas, das sensações, daquilo que eu sempre li e escrevi. Um medo bom. Uma vontade louca.
Hoje, eu choro. Choro escrevendo essas vírgulas e pensando em mim. Choro por não ter essa preciosidade que ele teve.
Sinto falta da gente, não nego. Por vezes, no meio da noite, quero um abraço. Falta do cheiro, da pele.
Mesmo não o amando desse jeito louco, eu sofro.
Diferente dele. Ele sofre, mas suas alegrias foram muito mais completas que as minhas.
Qual foi a vantagem do amor-por-vantagens? O amor-com-ressalvas ?
Não  estamos os dois na mesma situação?

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