Ele estava com aquela conversa mole. Desde o carnaval aquele chove não molha. Eram "amigos", entende? As más línguas disseram que logo depois que ela foi embora, o moço não parava de perguntar "Cadê a fulana? Cadê?".
As férias andaram e a conversa continuava. "É seu aniversário quarta?", perguntou ele, "Vou te pagar um sorvete".
Soverte, sei.
Ele foi na festa dela no alojamento da faculdade. Não conversaram muito pessoalmente. Com todas as atenções voltadas para a aniversariante, ela não se preocuparia com o magrelo de dois metros.
Primeira festa do semestre. O cara que ela queria ficar (e não era o magrelo de dois metros) estava bebaço e mal olhou para a moça, destruindo duas esperanças e instigando seu instinto assassino.
Dia seguinte: segunda festa do semestre. "Quer saber, hoje eu estou bandida, vou ficar com o magrelo de dois metros." A mensagem correu e logo o magrelo veio falar com a fulana.
Ai veio a parte boa. O xaveco. A paquera. A competição com um outro cara que também a queria. Mas como diria Miss Corações Solitários, sofremos do mal do homem frouxo.
O magrelo alto logo foi chorar magoado em um canto da festa. Fulana ficou desesperada. "Como assim ele já parou? Eu só queria enrolar mais um pouco! Quer saber..."
A coragem foi tomada. Só esperava a largada. "Se acontecer isso, eu faço aquilo." O isso aconteceu. Fulana não pensou duas vezes. Invadiu a roda que o magrelo conversava e lascou-lha um beijo.
No inicio ele ficou assustado, com os braços abertos sem entender direito. Mas ele era uma cara esperto, não precisou de mais meias palavras para agir. Olhou para ela sorrindo. Confuso, mas feliz. Para ele, estava tudo perdido, então essa reviravolta. Depois de um tempo, ela chegou a perguntar:
"O que achou de tudo aquilo?"
"Tá brincando? Eu adorei!" E os olhos brilhando não o deixavam mentir.
E depois?
Depois aconteceu o que sempre acontece: coisa nenhuma. Eles podem até ter ficados algumas outras vezes, mas o perigo de se apaixonar está presente em ambos os sexos. Por isso é que eh sempre bom imortalizar o momento, e não a história.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Campanha: "Diga não ao anonimato! Assine o seu comentário!"