quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Churrasco dos 100 dias

Na UNESP, temos a tradição de fazer o Churrasco dos Dias. Churrasco dos 500 Dias para a formatura, dos 300, dos 100, dos 50, dos "não importa o dia, vamos beber". E vez por outra, quando estes acontecem, há uma série básica de perguntas feitas aos formandos:
"O que vai fazer quando sair daqui?"
"Está pensando em voltar pra casa?"
"Vai trabalhar no nordeste?"
"Mestrado?"
"Ah.. ainda não vai dar pra fazer a colação, ok, ok.. acontece né?"
 E agora, com essa onde de novos investimentos por ai, a maioria responde:
"Acha que vou ser empreendedor. Ser autônomo."
Então eu fico só olhando para aquele futuro profissional e pensando: "Será que ele sabe o significado da palavra 'autônomo' ?"
Porque recebemos um monte de influências e histórias de pessoas que saíram do nada e agora são donos de grandes empresas bem sucedidas. Várias palestras são criadas e expostas com esse objetivo. Criou-se uma espécie de lenda urbana empresarial. Todo mundo pode ser o que quiser. Fazer o que gosta. Ganhar dinheiro com isso.
Concordo.
Porém, uma economia não é feita apenas de gente poderosa.
E desses criadores de grandes empresas, quantos não ficaram para traz.
Lanço um desafio para os organizadores de palestras empreendedoras. Pare de falar dos bem sucedidos. Dedique-se aos fracassados.
Não para assustar os jovens profissionais, mas para mostrá-los que há várias consequências para um mesmo caminho.
Claro que eu não tenho a experiência e nem a aptidão para criticar ninguém. Eu ainda imagino o meu trabalho perfeito como algo que dure 6 horas por dia e me permita comprar um jatinho no final do mês.
Entretanto, apesar de gostar de ficção, na vida devemos colocar o pé no chão. Não porque somos pessimistas, e sim pela estratégia.
"No impossível temos menos concorrência" . Verdade. Mas para chegar lá, precisamos passar pelo possível. E é esse o problema.


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