quinta-feira, 23 de junho de 2011

Ser diferente

Estou lendo o "Vale das Bonecas", de Jacqueline Susann, e não sei... de repente atingiu-me um negócio estranho. A personagem principal do livro é do tipo "diferente", tudo dela é inusitado e extremamente raro, sem citar, é claro, a sua beleza estonteante. Sou a favor da teoria:"Todos somos iguais, uma vez que tentamos todos ser diferentes. Quem percebe sua normalidade não se destaca por isso, é apenas menos ingênuo que os demais. Devemos aparecer apenas para uma pessoa ou um grupo delas". O problema, porém, é eu não me sentir excepcional em lugar nenhum, nem na solidão de meus livros.
Andei observando minhas criações atuais, todas comuns, sem entusiamos nenhum na vida. Não posso ser assim. Cadê a aventura? A vontade de mudar o mundo?
Engraçado, quando estava solteira possuía muito mais garra do que no meu atual estado. Não estou também colocando a culpa em um possível relacionamento fracassado, até porque ele não carrega tal adjetivo.Todavia, a impressão presente em meu ser é que nossas cenas já foram reproduzidas, e para ele são meras reprises com atrizes distintas.
Insegurança de minha parte?
Sem dúvida!
Más há uma ponta de verdade nisso. Reviver relacionamentos não é sadio, tampouco natural. Nosso dias são diferentes e submete-los a um roteiro é ridículo. Por mais que esteja provado o fato dos homens previsível, os dias não o são.
Temo por ser novidade apenas para mim, e isto é o que realmente acontece.
Sinto-me substituta.
Não especial, bonita e interessante.
Apesar de ser um mistério a ser revelado... Não leve-me a mal, mas sentimentos falados nunca foram o meu forte.... Não sou aquela personagem que intriga o leitor, que de alguma maneira faz que ele descobre nele menos uma coisa anteriormente despercebida.E isso não é bom.
Não apenas para o meu próprio ser, mas para minhas virgulas também.
Sufocada em uma rotina vinda do pouco tempo de convívio. Nada é novo ou excitante.
Quando as flores vieram eu não esbocei reação. Senti felicidade, mas nada comparada a aquela quando recebi um bilhetinho escrito no meu caderno, com letras miúdas e frases mal feitas.
Monotonia em tão pouco tempo talvez traduza a frieza do meu ser.
O confronto talvez, não se deve em relação a auto estima, e sim por sentir-me mais uma na multidão em meu próprio espetáculo.

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