Quando ela me viu, uma garota bem cuiada, mal chegada aos 20 anos, percebi uma certa surpresa. Daquelas do tipo que te olham e te imaginam como uma mimada, presunçosa e fútil.
Quanto a mim, só fiquei por lá pelo fato de meus ombros estarem doendo muito e eu já ter preenchido o cheque.
Enquanto ela equilibrava a minha linha do meridiano, passei a pensar, antes de entrar em uma meditação profunda. Os jovens-adultos de século 21 estão mais estressados. Por que?
Por que antigamente era diferente?
Por que nos exigem tanto? O mundo está tão rápido assim?
E será que algum dia ele vai chegar à uma velocidade tão alta ao ponto de parar? Ou explodir?
Confesso que fiquei incomodada.
Uma senhora de meia idade que ganha a vida com relaxamentos e yogas definitivamente tem menos preocupações ou pressões que eu. Assim como eu tenho menos stress que chefes de estados.
Porém, ninguém tem o direito ao julgamento, muito menos ao veredito final.
O que ela sabe de mim? O que eu sei dela?
Talvez o problema com o mundo de hoje seja a importância que as pessoas dão aos próprios tormentos.
Minha aflição sempre será maior que a sua, pelo simples fato deu não conhecer seu temor por inteiro.
E daí?
Em um mundo tão individualizado, quem se importa atualmente com as apreensões alheias?
Achar alguém para falar é fácil, o difícil é encontrar alguém que realmente se importe.
Todos querem tando mostrar suas opiniões, enfatizando o quão únicos são, que nunca há ninguém para ouvir.
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