domingo, 5 de maio de 2013

Party Girl


É o termo que define o meu tipo de divertimento. Não gosto de passar o fim de semana vendo filme, ou na fazenda com a avó. Barzinho, só se for aquelas dançantes. Desde que fiz o meu primeiro RG falso e entrei em uma boate, descobri que lá era o lugar onde tudo podia acontecer. Claro que nunca tive um relacionamento sério saindo direto de um globo de luz... mas já tive aventuras.
Ser uma PartyGirl não consiste apenas em ir, beber e se perder entre as luzes coloridas. Tem toda uma preparação, um ritual.
Começa com a roupa. Você e seus amigos já decidiram que vão, então chega a hora de fuçar dentro do guarda-roupa. Qualquer guarda-roupa disponível serve. Seja pai, mãe, irmão. Mágicas acontecem. Onde saias viram blusas e um amarrar na camisa faz toda a diferença. Tudo é possível. Desde gritar freneticamente "Não vou mais, não tenho roupa" até sair correndo atrás de algo perfeito no último minuto.
Uma verdadeira PartyGirl sabe que a roupa faz toda a diferença. Você pode ter um estilo ou seguir o fluxo da moda, mas a questão é se sentir bem com o que está vestindo. Sabemos que a concorrência é grande e a  boa auto-estima é o voto de minerva, a divisão em uma festa boa ou ruim. O feitiço é, por exemplo, transformar a camiseta velha da faculdade em um abada, combiná-lo com uma saia de renda preta e o seu super salto, e ser paquerada por tantos quantos caras você quiser. E depois ficar com um só porque vocês conversaram em alemão.
Chega a hora de maquiagem, cabelo e unha. A autêntica PartyGirl tem a unha sempre pronta. Seja feita por ela ou por terceiros. Fora um dom sobrenatural em utilizar chapinha, secador e grampo. É aquele negócio, a prática leva a perfeição. E, a menos que você tenha um estúdio especializado em casa toda vez que for sair, tem que aprender a se virar. Porque a PartyGirl não é rica.No final, se realmente se identificar, vai ficar viciada em aprender coisas novas. Antes deu ganhar o meu kit de maquiagem aos meus 16 anos, mal sabia o que era um baton, depois virei mestre. Ter o material e o contato com as amigas, blog, youtube, é o ponto chave da situação. Só cuidado com a qualidade da maquiagem, pois ninguém quer parecer um panda no final da noite. Passar delineador ao invés de lápis evita isso.
Uma questão importantíssima é a locomoção. Seja carona, taxi, a pé, com os pais, amigos... é sempre bom estar antenado. Se você tiver um grupo de amigos que curti ficar o mesmo tanto que você em festa, então é tranquilo. Agora, se não... prevejo algumas ciladas a vista. Primeiro sempre temos a opção de ficar a pé e sozinhas. Depois as caronas com desconhecidos, ou com conhecidos, bêbados ou sóbrios.
Quando fui para a faculdade esse era o meu maior problema. Não tinha carro e meus amigos que possuíam tinham hábitos bem diferentes que eu em relação a baladas. As caronas combinadas nem sempre davam certo e eu acabava nem curtindo a festa com medo de ficar para traz.
A solução fui criar independência. Hoje trabalho com a premissa de que uma festa só é válida se eu consigo voltar apé dela. Ponto. "Ahh.. mas é na prainha". Dane-se! Se não tiver ônibus não vou. Fim de papo. Mesmo que ninguém queria voltar comigo, e isso é um problema eminente, sempre avalio as possibilidades. Tem vez que compensa esperar uma alma bondosa, outros mando tudo a merda e me vou.
No início, evitava ir de salto em uma balada, depois optei por levar um chinelo na bolsa. Essa última opção é a que esta dando mais certo até agora. Se estou cansada, coloco o chinelo e a festa continua.
Algo que me incomoda muito é a questão de ficar com um cara, só porque ele tem carro e pode levar você e suas amigas para casa. Uma coisa é por coincidência... mas sempre. Bom, vai contra os meus princípios. Apesar que algumas mulheres gostam de usar seu charme para esse tipo de coisa.
Banheiros, o terror de qualquer mulher em uma festa. Ou a fila é gigantesca, ou não tem papel, ou está horrivelmente sujo ou tudo ao mesmo tempo. Não há como mudar isso. Porém, ser esperta te dá um pouco de vantagem. Geralmente levo um pouco de papel higiênico na bolsa. Caso esqueça, e no começo da festa o banheiro estiver com papel, pego e guardo. A respeito de filas, evite começo e fim do show. E o cheiro, bom... nada é perfeito nessa vida, né?
Agora, para tirar as famosas fotos no espelho.. por favor, faça isso no começo da festa, enquanto o álcool não subiu e sua maquiagem está intacta.
Ir no banheiro é uma boa desculpa para se desvencilhar de quem quer que seja e dar uma paquerada no local. A respeito de paqueras, é bom deixar claro que o tipo de grupo que você for influencia. Se tiver homens, pode esquecer. Sua noite de pegação está furada. Principalmente se os marmanjos não saírem de perto de você. Lembra-se: um homem no meio de muitas mulheres pega mais do que uma mulher no meio de um bando de homem. Acho que para eles é tudo questão de território, coisa que o sexo masculino respeito, diferente da mulherada.
Eu já saí com apenas mais um amigo homem, e estabelecemos um esquema. Ficamos juntos até a hora em que resolvemos sair para pegar alguém. Geralmente ele pega alguém primeiro, seja sozinho ou com minha ajuda (o que é o mais comum), então ficamos os três juntos. Dançamos, damos risadas... aí é a minha vez... com a peguete dele, vou dar a famosa volta. Se paro em um lugar estratégico, e o meu amigo homem se aproxima achando que a situação terminou, dispenso ele com um sinal de mão. Chegamos juntos com um casal, é verdade, mas agimos como verdadeiros companheiros de balada, no final das contas.
Se optar por um grupo só de meninas, cuidado com o tamanho desse grupo. Muitas mulheres juntas intimidam demais, e a gente sabe que nunca sai boa coisa disso. O ideal são três. O cara vai conversar e as outras duas podem se fazer companhia.
Há dois motivos para sair em uma balada: se divertir ou ficar com alguém. Essa galera que sai para comentar das roupas e hábitos alheios, para mim, são fofoqueiros, invejosos infiltrados em um ambiente de diversão.
Enfim, escolher entre se divertir e ficar com alguém depende do seu estado de espírito. As vezes um compensa mais do que outro. Entretanto, pelo menos para mim, estados de espírito diferentes requer atitudes diferentes. Divertir, para mim, é dançar. Acontece que suar não é muito atraente, apesar da dança ser. É questão de escolha. Se quero pegar alguém, danço de uma maneira mais tranquila, observando.Olhos e cabelo são a chave no negócio. Se quero me divertir, extravasar... bom... no coments. Danço para mim, e o resto que se dane.
Bebida. É delicado. Tem pessoas que só se soltam depois de um drinque e outras tem pavor a isso. Essa também é uma questão de paz de espirito. Se quer cair de bêbado, ok. Só avise o seu carona e seus amigos pra cuidar de você. Planeje.
Pessoalmente, só bebo algo que eu goste do gosto. E ainda assim, bebo sem presa. Se sinto que está subindo e eu não estou na vibe de ficar locona, paro. Ponto final. Já passei baladas inteiras sem álcool. Foram boas, claro. Mas me cansei rápido demais. Ao passo que as regadas a álcool sempre rendem mais coisas, afinal, nenhuma boa história começa com "Um dia comi uma salada...". Não exagero não. Estar sóbrio te dar a vantagem de rir das cagadas alheias.
E acredite, uma boa festa open bar por render assunto por muito tempo.
Outra coisa que eu não estava acostumada era passar calor em festa. Na minha cidade, tudo era regado a ar-condicionado. Quando fui para a faculdade, isso mudou. Na primeira semana aprende que uma boa maria-chiquinha na bolsa, ou grampos, é a chave do sucesso.
Em toda a festa que eu fui, um elemento nunca faltava: maconha. Aprendi a reconhecer o cheiro dela só de senti-la por aí. Os maconheiros geralmente ficam em um canto da festa, em rodas, com o baseado passando de boca em boca. Eu não curto, apesar de ter amigos próximos que curtem. Evito ficar perto para não ter a famosa do de cabeça por ser fumante passivo. Algumas vezes isso não rola, e eu sou obrigada a conviver. Nunca me ofereceram nada. Tudo é questão de postura. Não fico curiosa e deixo claro a minha posição. Ninguém começa a fuma maconha porque o obrigaram ou forçaram, isso é uma decisão interna. Seja por aceitação ou curiosidade, os motivos não importa, o resultado é o mesmo.
Os maconheiros são como um grupinho secreto, você sabe que existe, mas se não estiver no meio e com malícia suficiente, não vai desconfiar de nada. Eles evitam o "dar pala". Uma pessoa "palosa" é aquela que fala para todo mundo que curte uma erva. Nenhum maconheiro de verdade gosta de dar pala. Porque é perigoso para ele. Maconha ainda não fui legalizada.
Por isso, muitas vezes, quando não fumam em festas ou show, eles fumam dentro de casa, com a janela fechada. O que é extremamente desconfortável se você se encontrar em uma situação dessa e simplesmente não curtir o barato.
E por fim, brigas. Brigas são diretamente proporcionais ao grau alcoólico e de inteligência. Não se pode evitar todas, mas o silêncio ajuda bem. Ficar quieto, fingir que não ouviu, deixar para lá, esse é o segredo. Evite amigos brigões ou mesmo aquela mulherada que insiste em paquerar homens alheios e vice versa. Todos sabem que elementos começam uma briga. Todos conseguimos evitá-las. As mulheres que frequentemente são assediadas de maneira incisiva, sejam diretas e mantenham a postura. Olhe e diga: "Não quero. Desculpe" e se vá. Se você não for, será interpretada como um charminho, aí não tem do que reclamar, né, minha filha. Uma simples virada de costas é suficiente.
Algumas pessoas, principalmente religiosos, dizem que o ambiente da balada é falso e pesado. Ao meu ver, tudo depende de como você vai e as energias que carrega. Sempre fui em baladas e sempre saí bem delas. Tenho o meu jeitinho de lidar com algumas situações e mando a merda muitas outras. Sou uma autêntica PartyGirl e não me envergonho disso. Tenho minhas manias, é claro. Sempre, antes de dormir, por mais cansada que esteja, tomo banho e lavo até a cabeça. Se fiquei com alguém então, escovo mais dentes como se isso valesse a minha vida. Pode até ser toque, mas é o jeito que eu me sinto bem. Ao ir, e ao voltar. E no fundo, todo mundo quer ser feliz.
 


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