Sempre me orgulhei da minha capacidade de fazer amizades. Nunca chamei atenção, mas possuía vários tipos de amigos. Com o passar dos anos fui descobrindo uma coisa: eu me canso das pessoas. Não sei se eu começo a conhecer e me desencanto ou se eles é que são insuportáveis mesmo.
Estava amicíssima de uma menina no meu prédio. Engraçada, gente boa, não mais bonita do que eu. Perfeito. Tem tantos dramas existenciais quando essa alma que voz escreve, mas ultimamente...
A garota está apaixonada. E como toda apaixonada, pisa na merda e abre os dedos. Neste caso, porém, a história terá um começo, eles só precisam largar as inseguranças. Olha, eu sempre gostei de histórias e sempre fui boa ouvinte, mas depois de 125ª vez ouvindo a mesma coisa, haja paciência!
E outra coisa, detesto suspense desnecessário. Fala que tem uma novidade, mas vai me contar só quando o Acre existir. Poupe-me. Isso é coisa de criança!
E para completar (e pode dizer que eu estou com ciumes mesmo) ela resolveu dar uma de virgulista. Ok. Todo mundo tem o direito de escrever e se expressar como quiser, mas não me venha com o peito cheio de orgulho falando que é uma expert. Você escreveu uma centena de textos porque esta inspirada, apaixonadamente inspirada. Esse é o primeiro caminho para as vírgulas, mas por favor, não me mostre apenas esse caminho.
Escrever não é só falar no diário. Temos as partes dos romances e talz, mas quando o 5º texto que ela me manda se parece com os outros 4, está apenas andando em círculos.
Eu sei que acredito veemente no poder da escrita, na maneira de como ela muda as pessoas. Porém, virgulistas novos ou velhos, temos que saber nos classificar e colocar no nosso lugar. Você tem que escolher que tipo de escritor será. Aquele de diário ou de livro? O estático ou dinâmico? O preguiçoso ou o estudioso?
Entende?
Todo mundo pode escrever. Todo mundo pode escrever bem. Mas nem todo mundo é capaz de se entregar a escrita, ter aquela coisa especial que só escritores tem. Não questão de talento ou treino, é questão de espírito.
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