Eu me considero classe média alta. Sempre estudei em boas escolas com muito custo. Posso contar nos dedos de uma mão as vezes que viajamos, ou tivemos um lazer decente. Meus pais sempre foram muito preocupados com educação, e isso me fez chegar onde estou hoje. Não comprava roupas caras e não ia para os lugares mais badalados do momento.
Quando foi a vez do meu irmão prestar o vestibular ele se deparou com as malditas cotas. Cotas que privilegiam pessoas pobres, sempre partindo do pressuposto que elas estão lá por poucas oportunidades na vida e que são apenas almas boas perdidas no confronto com a vida.
Eu não acredito que as almas boas que vem para esse mundo exigem ganharem menos que um salário minimo por mês. Também não acredito que devemos esperar o peixe ao invés de aprender a pescar.
Pensando nas vantagens sociais que o governo dá para as chamadas pessoas carente, me sinto roubada. Eles dão bolsa pra tudo quanto é motivo. E quem paga por isso?
Aqueles que pescam.
Sinto-me injustiçada quando ouço que alguém entrou por cota só por estar em escola publica, quando sei o quanto me esforcei para me matricular em uma boa oportunidade. Quanto dias sem sair, em uma pressão enorme. Sinto-me triste quando as perspectivas da educação são niveladas por baixo e talvez, no futuro, a universidade boa seja a particular, pois o governo, com as suas exceções excessivas, acabou com a faculdade pública.
Sinto-me roubada quando eu me deparo com os impostos que tenho que pagar, tendo em vista que pago tudo em dobro. Pago por uma educação, a pública e a privada. Por saúde, a publica e o convênio. Até segurança, afinal, eles só são tem armamento bom para parar manifestações, e não para conter bandidos.
Dar uma vida de impostos para receber em troca as mansões dos governantes, e a ajuda a Cuba. A única coisa que o governo me dá é a vaga na UNESP. Só. Ainda batalhei para chegar até aqui.
Ele não me dá alojamento e nem restaurante universitário, pois leva em conta as minhas condições financeiras e não a minha vontade de chegar longe.
Estamos a 10 anos com a mesma vertente partidária no poder. Não seria mais do que necessário mudar algo em 10 anos?
A sensação que tenho é que vivo em um pais que apenas explora o trabalhador e beneficia o folgado. Um folgado que prefere pedir esmola ao encarar uma jornada digna. E sabe por que?
Eles sabem que alguém sempre lhe dará o peixe.
Falta-se mão de obra nos setores básicos e de serviços. Mas ninguém quer ser marceneiro ou pedreiro. A carteira assinada é desvantagem.
Todos esses extras, essas ajudas, saem do trabalhador da classe média, da boca dos seus filhos.
É igual áquelas pessoas que vivem pedindo ajudo e fazendo drama do tão coitadinhas elas são, e depois aparecem com uma casa ou TV de 50 polegadas, enquanto você, o ajudador, está com a sua de 15.
São falsos e preguiçosos.
Esse é o país do futuro? Do progresso?
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