quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Gosto muito de te ver, Leãozinho


Acredito seriamente possuir problemas mentais. A dificuldade desta afirmação me perturba, porém, como uma boa escritora e observadora da vida, vou encará-la e analisa-la.
Conheci um cara. Uma graça. Mais velho. Inteligente. Barba a lá Che Guevara. Eu só precisei de um olhar. Acredite, foi pouco. Sou míope.
Nunca presenciei o poder das pupilas. Sempre os caras é que me viam, e eu escolhia quem queria. E, com isso, pode imaginar, não me sobrava opções muito boas.
Com o Leãozinho, não. Chamo-o assim, por causa do cabelo. Tão macio e arrebitado, minha eterna admiração. Eu olhei. Duas vezes. Bastou. Meu ego subiu às alturas.
Em segundos tornei-me a mais magra, bela, inteligente. Todas as minhas inseguranças a respeito de ex e da validade da minha beleza, passaram.
Nem preciso dizer o quão maravilhoso foi o beijo. Nunca havia beijado de um jeito tão bom. Um jeito que eu facilmente descreveria em meus livros. Talvez eu até o tenha o feito. E a realidade apenas imitou a arte.
O inusitado foi a maneira como ele, ainda na festa, me fez ter certeza do nosso próximo encontro: "esqueceu" o RG comigo.
Claro, que sendo filha de advogada e assistindo jornal diariamente, logo imaginei conter drogas quando ele não deu sinal de vida no dia seguinte. Quase o joguei fora. Porém, meus anseios passaram. E pude desfrutar de sua companhia mais uma vez.
Qualquer forma de descrição a respeito da minha alegria seria considerada eufemismo. Pobre dos meus melhores amigos que tiveram que ouvir minhas mudanças de humor excessivas junto com preocupações esquizofrênicas.
Pois bem, sobrevivi. Meu Leãozinho superava minhas expectativas. Era surpreendida como nunca fui no relacionamento anterior. Fofo e carinhoso. Acho que ele também gostou, me disse depois da ocasião no ajudante dos amantes: o facebook.
E bom, os caras falam exatamente o que querem dizer.
Fiquei nas alturas.
Agora, quando ele desmarcou o nosso segundo encontro, por motivos desconhecidos até para o Leão, acredito eu.
No inferno eu fui.
Dramática, eu sei. Mas intenda a minha situação. De uma hora para outra meu relacionamento acaba, o ex encontra uma coitada. Na rua da amargura, renovo meus poderes mágicos. Com um Leãozinho que é uma gracinha. E eu sou de Peixes. Impossível não pensar no nome dos filhos já.
Enfim, quando remarcamos o encontro, perdi a graça. Aquela emoção, o coração palpitando, os sonhos... nada.
Até que foi bom, pois meu Leãozinho também se arrependeu.
Não de uma forma cruel. Apenas da forma que os homens fazem quando se cansam da gente. Se esquecem de serem fofinhos.
Então, de uma hora para a outra, broxei. Como um adolescente na primeira transa.
Será anormalidade da minha parte?
Ou apenas um dos meus pressentimentos me protegendo do pior?
Ou o marasmo apaziguando minhas sensações?
Se antes eu sentiu tudo, agora não há nada.
Como uma bexiga da gás hélio. Vai subindo, até uma hora que começa a esvaziar, e perder a graça.

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